COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
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Maria Queiroz da Cunha 87
Tínhamos nosso quintal com algumas plantações e animais domésticos:
porcos, galinhas.
Bem abaixo do quintal passava um córrego de águas muito cristalinas,
o fundo dele era forrado por pedregulhos de formas arredondadas
e cor beje bem clarinha salpicado por pedrinhas bem pretinhas e redondinhas.
Utilizávamos a água desse córrego para todas as nossas necessidades.
Era tão limpinha, deslizando tão serena que mal se percebia a água
correndo ali.
O POÇO
Um pouco acima de onde pegávamos água — em latas e baldes —
para lavar até a casa, havia um poço, de bom tamanho, com algumas
plantas aquáticas do tipo Santa Luzia, típicas de águas calmas.
Ali tomávamos banho, brincávamos, engolíamos peixinhos vivos
acreditando que isso ajudaria a aprender nadar... era só felicidade! E
gostávamos muito de catar umas pedrinhas tão brilhantes, tão atraentes,
que pereciam prender nossa visão e nosso interesse por elas! Não
conseguíamos parar de juntá-las e havia muitas delas por toda margem
do poço.
Só depois de muito tempo entendi que pedrinhas eram aquelas; posso
dizer que brincávamos com um tesouro e, como não conhecíamos o
valor de tais pedrinhas, ao cessar as brincadeiras, acabávamos abandonando-as
por ali mesmo!
Um aviso aos leitores que se, por acaso, passarem os olhos sobre
estas páginas: não se aventurem na esperança de irem até lá em busca
das preciosas pedrinhas: por lá, agora, é só canavial para produção de
combustível.
A PINDAÍBA
Do outro lado desse córrego formou-se um brejo, meio pantanoso,
coberto por árvores altíssimas e vegetação mais baixa. Ali se abrigavam
vários animais selvagens daquela região, inclusive diversos tipos de cobras
— e a temida Sucuri.
Supunha-se que nenhum ser humano civilizado estivera por aquele
lugar de tão difícil acesso e perigoso que era.