17.09.2020 Views

COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A pianista Haydée Menezes: viagens nas pontas dos dedos 59

amor pelas artes, que se manifesta eloquentemente em ocasiões como a que

nos proporcionou a senhorita Haydée Menezes, testemunham o progresso

intelectual [da cidade]”.

Assentada por tamanha receptividade, no supracitado ano

de 1938, a pianista retornava à sua terra natal, depois de longa

excursão pelo Norte e Nordeste do Brasil, onde realizou séries

de concertos pela Instrução Artística do Brasil (IAB). Por esta

associação, Haydée viajou por sete estados brasileiros, tornando-se

hóspede oficial de governantes e interventores; frequentou espaços

de arte, foi aplaudida por plateias diversas em teatros históricos

e conheceu artistas modernos, eruditos e populares. Somando os

concertos, audições e recitais pela IAB aos seus particulares, são

pelo menos 98 apresentações e 49 cidades visitadas entre os anos de

1930 e 1947. Números que refletem uma carreira importante, a qual

pode ser estudada pela perspectiva da História sob vários temas: a

condição feminina no ofício da música; a formação como pianista;

suas referências na arte; a atuação como difusora da cultura paulista

e brasileira; e a vivência na Instrução Artística do Brasil — objetos

de estudo deste artigo.

Mas pode-se lançar um olhar micro à obra e vivência dessa pianista

que, apesar de nascida no interior, formou-se nas salas nobres do

tradicional Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, e,

de lá, tornou-se concertista da IAB e personalidade de destaque na

crítica jornalística do país. Não nos é possível mais ouvir os toques

de seus dedos; resta-nos, portanto, conhecer um pouco de sua obra,

deslizando-se por entre essas páginas.

Fim do prelúdio, princípio da História.

--xxx--

O toque do piano era apreciado nas famílias de vida burguesa no

Brasil desde o século XIX: “era o instrumento por excelência da música

do amor socializado com casamento e bênção divina tão necessário à família

como o leito nupcial e a mesa de jantar” 2 . Sabe-se que, por instrução ou

ocupação, nas famílias ditas “tradicionais”, abastadas, nos grandes

centros e no interior, era comum o estudo do piano às moças. Fora do

habitual era a continuação destes estudos em salas conservatorianas

e a transformação do piano em instrumento de trabalho, isto é,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!