COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
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Thaís Mendes Moura Carneiro 143
das novelas da Talia nos anos 1990. Durou uma semana.
O que seja eterno enquanto dure esse amor teve o gosto amargo de ser um
homem casado.
No último dia que nos vimos, ele me levou a um bairro que eu não
conhecia. Entramos em uma basílica para conhecer. Desabei a chorar,
aos soluços silenciados. As questões pipocavam na minha mente
aos borbotões. O que seria de mim dali pra frente? Como caminhar de cabeça
erguida? A minha boca amargava por ter sido traída e eu tinha sido A
Outra por uma semana. A minha angústia era por ter carregado um
relacionamento abusivo e opressivo por tantos anos.
A minha paixonite hermana me acolheu e me levou para tomar um
café com medialunas e manteiga. Ele perguntou se eu estava bem. A sua
preocupação era se as minhas lágrimas tinham a ver com o fato de não
nos vermos mais ou pela esposa dele. Ai, a arrogância masculina! Eu expliquei
a ele que voltar pra minha cidade era um retorno à construção
de mim mesma.
A minha versão portenha-brazuca de Comer, Rezar e Amar, tinha sido
concluída entre lágrimas e alfajores. Aprendi ali, na cidade que mais me
dá saudade e vontade de voltar, que viajar não resolveria minha angústia.
Fugir dos problemas jamais se viabilizaria porque eu levaria eles
comigo, fosse qual oceano eu pisasse.
Quando deixei Buenos Aires no início de julho, eu não imaginava
os meandros da vida que me levariam de volta para lá em dezembro do
mesmo ano. Eu fui embora cantarolando Piazzolla, com a consciência
de que, pela dor e pelo amor, eu deveria mudar.
E mudei.