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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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Rosa Carneiro 123

Na manhã seguinte, quando o guarda saiu do plantão, seguiram para

a Cracolândia. Arrepiou-se ao chegar ao lugar. Que desespero aquelas

pessoas jogadas nesse lugar sórdido, imundo! Impossível Haroldo ter vindo

parar ali. Desceu do carro e iniciou a procura, determinada a encontrá-

-lo se ele estivesse nesse lugar.

Com a ajuda do guarda, andou muito. Não encontrou Haroldo.

Agradeceu pela gentileza e disse que procuraria um hotel. Mas virou

uma esquina e continuou procurando numa rua perpendicular. Sentiu-

-se em desespero, pois tentavam lhe arrancar a bolsa das mãos e até sua

saia tentaram puxar. Como louca, corria das pessoas, mas continuava

procurando... De repente, alguém com a mão estendida suplicou:

Uma esmola, pelo amor de Deus!

Reconheceu aquela voz frágil e se virou. Um homem sujo, maltrapilho,

barbudo estendia sua mão, ainda mais suja, para ela.

Levou um susto. Conheceu o homem! Era seu marido, era Haroldo!

Aproximou-se e o chamou pelo nome. O maltrapilho assustou-se e,

olhando para ela, encolheu-se.

É você Haroldo? - perguntou. Estou te procurando há vários dias! Vamos

para casa!

Haroldo se encolheu ainda mais e fez um gesto para fugir.

Nisso, um guarda que passava, perguntou-lhe o que estava acontecendo.

Disse-lhe que era seu marido e que queria levá-lo para um hospital,

pois achava que ele estava muito doente. O guarda concordou e a

ambulância levou Haroldo, praticamente inconsciente, para o hospital.

Seguiu atrás com seu carro.

Seus pensamentos voltaram-se para os meses que viveu feliz com

Haroldo. Resgataria seu amado das drogas com toda sua força.

Seguiu a viatura até o hospital. Não tinha muito que fazer por enquanto,

mas não abandonaria Haroldo nem por um minuto. Sentia

tanto desespero, tanta solidão!

Os dias foram passando. Haroldo, inconsciente, alimentado por soro

ainda tinha alucinações violentas. Com muita força, conseguia segurá-

-lo e acalmá-lo. Foram muitos dias e noites.

Não sabia quantos se passaram. Uma madrugada, já mais calmo,

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