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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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A pianista Haydée Menezes: viagens nas pontas dos dedos 65

Nestas viagens, algumas literalmente sobre as águas de grandes rios,

Haydée relatava com bom vocabulário suas impressões, deixando

transparecer sua apreciação pela cultura brasileira e seus aprazeres

artísticos: “É imenso o Rio Amazonas. É muito pitoresca [a viagem].

Vão-se atravessando canais e avistando ilhas. Nada, porém, empolga

tanto a vista como o encontro dos rios Solimões e Negro. [...]. Manaus, a

‘cidade risonha’, embora pequena, possue mais vida e mais movimento do

que Belém. O Teatro Amazonas é magestoso. Há em seu salão de honra

uma série de telas magníficas sobre motivos indígenas, da flora e da

fauna amazonenses, pintadas todas por De Angelis. [...]. Affirmo, porém,

que estou encantada com o povo nortista. Todo ele é amável, simples e

hospitaleiro” 28 . Depois, vieram os concertos em cidades da região da

Sorocabana, em 1941, com a solista Celina Sampaio 29 ; e, em 1944,

os recitais na região Noroeste de São Paulo junto à cantora Nair

Duarte Nunes 30 e nas localidades da Araraquarense com a cantora

Almerinda Borges e o violoncelista Fausto Borges 31 . Haydée esteve

ladeada por outros importantes solistas e músicos nestes concertos

pela IAB, destacando-se Celina Sampaio, pianista discípula de

Vera Janacopulos. Componente das principais críticas em jornais

da década de 1940, “era autodidata em campos humanísticos, tinha base

filosófica, sensibilidade intensa, intuição reveladora e espírito religioso” 32 . O

contexto da década de 1940 também permite perceber a ascensão

da cultura brasileira, em especial a Música, como emblema para o

projeto do “Estado Novo” do presidente Getúlio Vargas, como se

vê em algumas críticas de jornais que anunciavam os concertos e a

música de Haydée como a personificação para os “novos tempos”,

“novos ritmos da vida” 33 , somando-se aos elementos de patriotismo

e civismo constantes nos atos e nas apresentações. Era o espírito

patriótico da época.

O retorno ao palco era constante nos concertos e recitais de

Haydée, acompanhada de outros músicos ou não, visto que seus

programas eram compostos por música instrumental clássica, erudita

e popular, bem como poesias brasileiras de aflorados sentimentos.

Nestas apresentações e viagens, Haydée era acompanhada pela

irmã Yolanda ou pela mãe Amélia, pessoa que a assistia também

em recitais íntimos e reuniões culturais, tais como aconteciam na

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