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SCMedia News | Revista | Setembro 2020

A revista dos profissionais de logística e supply chain.

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38 SETEMBRO <strong>2020</strong><br />

SCM Supply Chain Magazine 39<br />

- O desenvolvimento de edições limitadas<br />

vem estudar a recepção do mercado e ajudar<br />

as empresas a ter conhecimento da adesão e<br />

do feedback do consumidor final, minimizando<br />

assim os riscos associados à inovação?<br />

> Algumas empresas fazem-no com esse<br />

intuito e é indubitavelmente um dos modelos<br />

possíveis para testar a aceitação de um<br />

novo produto no mercado, principalmente<br />

para algumas categorias e em alguns canais<br />

específicos, mitigando os riscos e evitando o<br />

insucesso.<br />

Não obstante, as edições limitadas ou<br />

produtos sazonais, ditos produtos in & out,<br />

na sua essência permitem aos consumidores<br />

novas experiências de consumo, havendo<br />

casos em que o sucesso é tal que se justifica a<br />

sua passagem definitiva para o pipeline.<br />

Há excelentes exemplos dessa tipologia de<br />

produtos, que, por determinadas razões,<br />

como a dificuldade de encontrar consistência<br />

ou escala da cadeia de fornecimento para<br />

uma determinada matéria-prima, é a única<br />

maneira de fazer chegar, de forma controlada,<br />

produtos altamente diferenciados, únicos e<br />

excepcionais, sem defraudar as expectativas<br />

dos consumidores, o que permite também um<br />

aumento de notoriedade, fidelização à marca e<br />

crescimento das vendas e margens.<br />

- Passar a produzir um novo produto implica<br />

investimento e mudanças ao nível operacional.<br />

Quais são as principais alterações sentidas na<br />

indústria e no retalho aquando do lançamento<br />

de um novo produto e quais as principais<br />

preocupações que têm?<br />

> Depende do tipo de produto e grau de<br />

inovação de que estamos a falar. Existem<br />

novos produtos cuja inovação não implica<br />

alterações significativas na cadeia de valor.<br />

Se estivermos a falar de uma inovação de<br />

produto com maior disrupção, então, aí<br />

existem alterações mais estruturantes ao nível<br />

da indústria, como a gestão de supply chain e<br />

respectiva rastreabilidade e/ou a incorporação<br />

de novas tecnologias produtivas, que poderão<br />

implicar a alteração do layout produtivo, bem<br />

como processos e práticas de fabrico.<br />

Os desafios para a indústria, neste caso,<br />

são enormes. Além do investimento em<br />

tecnologia, poderá ter implicações ao nível da<br />

eficiência operacional.<br />

Ao nível do retalho, a principal preocupação<br />

prende-se na gestão de espaço e linear,<br />

para dar a visibilidade necessária aos novos<br />

produtos, combinado, ao mesmo tempo, com a<br />

gestão das vendas das outras referências.<br />

-E do lado da indústria, quais os desafios<br />

ao nível da gestão e adaptação das operações<br />

normais ao lançamento de novos produtos?<br />

> Uma parte relevante da inovação na<br />

fileira surge assente em novas embalagens,<br />

mais funcionais, mais ecológicas ou<br />

mais económicas, com menos material e<br />

biodegradáveis. Esta dinâmica, cada vez mais<br />

presente, exige investimentos avultados<br />

nas alterações ou mudanças de tecnologia e<br />

linhas de produção, bem como na formação e<br />

realocação de equipas de gestão.<br />

Uma das maiores vantagens competitivas e<br />

comparativas das empresas do agro-alimentar<br />

da maioria dos países na Europa, em relação<br />

às empresas em Portugal, está assente na<br />

dimensão do mercado de cada uma delas,<br />

o que permite investir com outra segurança<br />

e obter escala mais facilmente, abordando<br />

também os mercados de exportação de<br />

forma diferenciada, com maior agressividade,<br />

competitividade e capacidade de diferenciação<br />

e inovação, o que lhe dá, à partida, uma maior<br />

notoriedade e capacidade de captar valor.<br />

Às empresas portuguesas, por sua vez, exige-<br />

-se maior assunção de risco no pioneirismo<br />

destas decisões de investimento, em que a<br />

variável exportação é factor-chave para os<br />

níveis de produtividade e de competitividade,<br />

exigidos.<br />

-Actualmente, os hábitos dos consumidores<br />

tendem a mudar, e tentam adaptar-se<br />

através de práticas diferenciadoras, como por<br />

exemplo através da sustentabilidade. Quais as<br />

preocupações que as empresas têm mostrado<br />

ter ao nível da responsabilidade social e<br />

ambiental?<br />

> Eu gosto de dizer que a sustentabilidade<br />

é a nova inovação. Nova na essência da<br />

gestão actual, em que a transversalidade da<br />

sustentabilidade se posiciona num patamar<br />

superior ao da inovação e, obrigatoriamente,<br />

a vai condicionar. Deixou de fazer sentido<br />

para as empresas investir em inovação sem<br />

acautelar as variáveis da sustentabilidade.<br />

O ECOTROPHELIA é isto mesmo: a ecoinovação<br />

e a promoção de novo conhecimento,<br />

indutor de inovação e competitividade assente<br />

em conceitos de sustentabilidade. Conceber<br />

ou idealizar um novo produto ou processo<br />

tem, obrigatoriamente, que obedecer a<br />

critérios de respeito pela natureza e garantia<br />

da sua preservação em toda a cadeia de<br />

valor, de respeito e partilha pela comunidade<br />

onde estamos inseridos e com quem nos<br />

relacionamos, e de justiça e partilha nas<br />

relações económicas e de dependência com<br />

os colaboradores e na cadeia de valor onde<br />

nos movemos. A sustentabilidade é mais que<br />

um novo chavão, é a variável crítica para uma<br />

estratégia de longo prazo.<br />

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