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SCMedia News | Revista | Setembro 2020

A revista dos profissionais de logística e supply chain.

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8 setembro <strong>2020</strong><br />

9<br />

logística<br />

Texto: Fábio Santos<br />

Evolução do retalho<br />

durante a pandemia<br />

Adaptação do retalho<br />

aos tempos de pandemia<br />

O primeiro trimestre do ano foi marcado pelo início da pandemia de COVID-19, e obrigou<br />

as empresas a agir de forma imediata, de forma a não só permanecer com os seus negócios<br />

abertos, mas também a proteger os seus colaboradores e clientes. No caso do retalho, o<br />

que envolvia bens de primeira necessidade permaneceram abertos, quando adaptadas<br />

determinadas medidas impostas, e mesmo os que não ficaram abertos conseguiram manterse<br />

através da venda online, uma das áreas mais afectadas positivamente pela pandemia,<br />

devido ao aumento da necessidade de entregas last mile.<br />

Março iniciou uma nova fase para as<br />

empresas, especialmente no que<br />

toca à digitalização. Foram meses<br />

de adaptação a uma mudança radical nas<br />

cadeias de abastecimento, e de reacção total<br />

a uma nova ameaça que afectou todos os<br />

pontos da cadeia. Às cegas, a logística foi<br />

obrigada a tentar perceber qual a melhor<br />

forma de responder a todas as implicações<br />

associadas à pandemia de forma a proteger<br />

os colaboradores e clientes das empresas, e a<br />

adaptar-se a esta nova realidade, que cada vez<br />

mais faz parte do nosso dia-a-dia.<br />

Em meados de Abril, um mês após o início<br />

do estado de emergência em Portugal, a<br />

Nielsen apresentou um estudo onde se viu<br />

a adaptação dos portugueses à vida com<br />

restrições, tendo por base dados da semana<br />

13 (23 a 29 de Março de <strong>2020</strong>). Entre os<br />

principais resultados, a empresa apresentou<br />

um decréscimo no consumo na primeira<br />

semana de quarentena, balanceado pelo<br />

aumento do e-Commerce. Neste sentido,<br />

também as plataformas de entrega ao<br />

domicílio aumentaram a sua actividade,<br />

assistimos à reinvenção de vários modelos<br />

de negócio e empresas, de modo adaptaremse<br />

às necessidades do momento utilizando<br />

os recursos de que dispunham. Para os<br />

consumidores que não encomendavam comida<br />

de fora, cozinhar em casa passou a ser mais<br />

frequente, e como tal o estudo também<br />

apresenta um aumento na venda de produtos<br />

alimentares.<br />

Mas não só a parte alimentar, o estudo<br />

indica que os portugueses procuraram<br />

mesmo melhorar a sua qualidade de vida<br />

em casa, visto que durante esta época seria<br />

uma realidade mais frequente no quotidiano<br />

pessoal e profissional. Como tal, outras áreas<br />

do retalho que não as mais direccionadas para<br />

o alimentar. Sectores como o desporto, lazer,<br />

tecnologias e bricolage foram alguns dos<br />

principais alvos das famílias portuguesas, e os<br />

retalhistas sentiram esses impactos, alguns<br />

mais que outros, mas isso também implicou<br />

muito trabalho de backstage.<br />

Procurámos perceber junto de alguns<br />

retalhistas como foi feita a adaptação<br />

à pandemia, alterações operacionais<br />

necessárias, quais as barreiras que<br />

encontraram e como as contornaram, o que<br />

aprenderam com a pandemia e se, apesar de<br />

tudo, conseguiram ver pontos positivos dentro<br />

de toda a negatividade da questão envolvente.<br />

Ao nível do retalho, a segurança e higiene<br />

foram as principais preocupações, limitando<br />

o número de clientes em loja consoante<br />

a área disponível, reforçando a limpeza e<br />

desinfecção de superfícies, equipamentos e<br />

produtos, colocando dispensadores de álcoolgel,<br />

delimitando o distanciamento em loja<br />

através de autocolantes e acrílicos colados<br />

no chão, distribuindo kits de desinfecção<br />

e EPIs aos colaboradores e controlando as<br />

suas temperaturas, entre outras medidas.<br />

Em grande parte, os que o podiam, ficaram<br />

em teletrabalho, os que se encontravam em<br />

situações de maior risco foram dispensados<br />

com direito a remuneração, e o número de<br />

pessoas em loja foi reduzido sendo também<br />

adaptados os horários de funcionamento.

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