SCMedia News | Revista | Setembro 2020

48 setembro SETEMBRO 2020
SCM Supply Chain Magazine 49
Um bom exemplo da geração colaborativa
de benefícios é o supply chain finance, um
mecanismo que permite libertar cash flow
para a empresa e para o fornecedor numa
lógica win-win.
Gestão de risco e resiliência
A emergência COVID-19 mostrou que o
Procurement está à altura de dar respostas
operacionais às necessidades do negócio,
necessidades essas que variavam todos os
dias a um ritmo frenético. Veja-se o exemplo
emblemático do sourcing de material de
protecção individual.
Ao mesmo tempo, pôs a descoberto algumas
lacunas nas áreas mais estratégicas e tácticas
do Procurement. Uma delas é a gestão do
risco. Muitas empresas foram apanhadas pela
avalanche sem uma boa visibilidade da sua
cadeia de fornecedores, principalmente ao
nível de fornecedores tier2.
Este é um ponto de atenção que sairá
reforçado. É necessário o Procurement dedicar
tempo e recursos para melhorar o processo
de gestão de risco de fornecedores, dando
importância às cadeias de fornecimento mais
críticas e/ou estratégicas para o negócio.
Agile Procurement
Estou convencido que o Procurement
encontrará agora uma nova forma de se
organizar e vai adoptar um novo modelo
operativo. A empresa espera que o
Procurement seja mais rápido, mais flexível e
mais atento às mudanças constantes, tanto do
lado das necessidades da empresa (contexto
interno) como do lado dos mercados de
fornecimento (contexto externo).
O Procurement deverá trabalhar numa
lógica mais ágil, isto é, assente em projectos
de curta duração (“sprints”) com equipas
multi-disciplinares, sendo o objectivo principal
dar resposta a problemas concretos do
negócio. Se a ideia não funcionar, então párase
de executar, aprende-se e parte-se para o
próximo projecto. Se a ideia funcionar, então
consolida-se a implementação e escala-se
rapidamente. Esta forma “agile” de trabalhar
requer um mindset específico de ter iniciativa
para encontrar soluções, de aceitar o erro
como forma de aprender e de ter resiliência.
Sustentabilidade e
Responsabilidade Social
Várias organizações, entre as quais a
União Europeia, estão a colocar o tema
da sustentabilidade e da economia verde
no centro do programa de recuperação da
economia pós-covid-19. Os consumidores
estão muito atentos ao que as empresas
estão a fazer neste período, em termos
de responsabilidade social e de contribuir
para ajudar as comunidades a lidar com a
emergência. Esta é uma realidade a que as
empresas, e por consequência o Procurement,
não podem ficar alheios.
Será necessário ao Procurement reforçar nos
seus planos os temas de sustentabilidade e de
Food Service Logistics
O seu parceiro de negócio
HAVI.COM
responsabilidade social. Em concreto, poderá
passar por estabelecer critérios específicos
nos processos de qualificação e selecção de
fornecedores nos concursos de compra, e
de avaliação de fornecedores ao longo do
tempo de vida dos contratos. Num estado
de maturidade mais avançado, as empresas
poderão fazer iniciativas específicas de
promoção da economia circular, por exemplo
reformulando as supply chains dos produtos
que compram para alcançar o maior efeito
possível de circularidade (os cinco R’s : refuse,
reduce, resuse, repurpose, recycle).
Muitas empresas poderão já estar a seguir
estas práticas, mas estou convencido que
os critérios de sustentabilidade deverão
ganhar peso nos processos de decisão do
Procurement.•