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SCMedia News | Revista | Setembro 2020

A revista dos profissionais de logística e supply chain.

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70 <strong>Setembro</strong> <strong>2020</strong><br />

SCM Supply Chain Magazine 71<br />

Preferencialmente o<br />

regime misto, é aquele<br />

que mais agrada aos<br />

trabalhadores e que<br />

pode servir também<br />

melhor os interesses<br />

das empresas<br />

Ricardo Prazeres<br />

precaver. Por outro lado, o colaborador,<br />

tem uma diminuição na interacção entre<br />

equipas ou entre departamentos. “Para<br />

já, ainda é prematuro fazer análises sobre<br />

produtividade no regime de teletrabalho,<br />

porque ainda temos pouca experiência na<br />

maioria dos sectores, realizando este modelo<br />

de trabalho. “Considero que é relativamente<br />

mais fácil indicar que somos mais produtivos<br />

num ambiente mais favorável, no entanto<br />

temos que analisar e medir todas as variáveis<br />

envolvidas”, refere o managing director,<br />

acrescentando que “esta é uma situação que, a<br />

curto-prazo pode mostrar as suas vantagens,<br />

mas, a longo-prazo “poderá ter desvantagens<br />

caso não existam algumas mudanças, porque<br />

se entrarmos num regime tradicional só de<br />

teletrabalho vamos, daqui a uns anos, ter a<br />

mesma questão que temos com o regime de<br />

trabalho tradicional”, explica, “é uma rotina,<br />

um hábito e tudo o que é encarado dessa<br />

forma, tem como fim, problemas associados”.<br />

O perfil de um profissional<br />

da supply chain<br />

De acordo com as previsões de Ricardo<br />

Prazeres, poderemos estar numa situação<br />

similar em termos de emprego ao nível da<br />

que se viveu há cerca de 12 anos. Contudo,<br />

como muitas empresas já têm uma preparação<br />

do que foi feito anteriormente, bem como os<br />

profissionais já se encontram mais preparados<br />

do que há 12 anos. “O que vai acontecer é a<br />

junção de dois aspectos que são essenciais:<br />

os profissionais que tiveram capacidade de<br />

se adaptar e melhorar as suas competências<br />

durante este período e, sendo que com isso,<br />

ganharam vantagens relativamente a outros<br />

candidatos; mas também por outro lado as<br />

empresas que também fizeram o processo<br />

de transformação e “fazem match” com<br />

profissionais que tenham este mindset”,<br />

afirma o managing director. A partir de agora<br />

o panorama irá mudar, pois há menos ofertas<br />

qualificadas no mercado, mas os profissionais<br />

que estão disponíveis ou têm a capacidade<br />

de actualização muito rápida, ou não ‘fazem<br />

match’ bem com a transformação que é<br />

necessário continuar a fazer. “As organizações<br />

que não entenderam que o update digital<br />

é algo fundamental para o futuro poderão<br />

ter outro tipo de problemas que podem ser<br />

mais complexos no futuro se passarmos por<br />

situações similares”, acrescentando que “o<br />

mercado é muito complexo e actualiza-se<br />

de forma cada vez mais rápida, portanto, a<br />

análise e assertividade deverá ser cada vez<br />

maior e mais célere”.<br />

Ainda assim há uma característica essencial<br />

que qualquer profissional deve ter: resiliência.<br />

Uma vez que todas as empresas são formadas<br />

por profissionais, é importante que exista<br />

esta característica. Ricardo Prazeres faz<br />

a comparação entre a nossa vida pessoal<br />

e profissional em que, é fácil de gerirmos<br />

as situações quando tudo nos corre bem.<br />

Contudo, “a evolução acontece sempre quando<br />

são colocados obstáculos e desafios maiores,<br />

que não dependem apenas de nós, e que leva<br />

a uma capacidade de trabalhar a superação”.<br />

Por sua vez, na área da logística e do<br />

procurement, onde se lida frequentemente<br />

com várias entidades e parceiros numa lógica<br />

de negociação, muitas vezes complexa, é<br />

importante uma pessoa ter esta resiliência e<br />

ainda a capacidade de “perder por um lado,<br />

mas ganhar por outro e ter a noção que isso<br />

é sempre necessário para servir os interesses<br />

das várias organizações por vezes envolvidas<br />

no processo”, conclui.<br />

Além da resiliência, há outras características<br />

que completam o perfil de um profissional<br />

da supply chain. Segundo Ricardo Prazeres<br />

existem dois tipos: o que realiza funções<br />

operacionais, e o que realiza funções de<br />

chefia. Primeiro, têm de estar completamente<br />

relacionados e alinhados. Neste sector, o<br />

manager é, tradicionalmente, uma pessoa<br />

muito operacional e analítica, e além do<br />

fundamental conhecimento, a formação, o<br />

mindset no negócio, e uma forte componente<br />

de gestão. Nesta altura, todas as empresas<br />

que tenham colaboradores que juntem<br />

estas competências fortes, principalmente<br />

no que toca à gestão, têm ainda de juntar a<br />

parte da liderança que, embora sejam duas<br />

competências muito faladas actualmente, são<br />

completamente distintas para o managing<br />

director, “a gestão é muito operacional,<br />

tem muito processo, metodologia, análise<br />

e melhoria, e a liderança é uma algo muito<br />

inspiracional, que se cultiva e que serve de<br />

os profissionais que tiveram capacidade de se adaptar e melhorar as<br />

suas competências durante este período e, com isso, ganharam vantagens<br />

relativamente a outros candidatos; e empresas que também fizeram o<br />

processo de transformação e “casam bem” com profissionais que tenham este<br />

mindset<br />

Ricardo Prazeres

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