Estudos de Caso
Como escrever e utilizar Estudos de Caso para ensino e aprendizagem no setor público.
Como escrever e utilizar Estudos de Caso para ensino e aprendizagem no setor público.
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Preservar tal base de conhecimentos é fundamental para que
não caiamos em um eterno ciclo de novos começos e de não
satisfação da nossa necessidade de consolidar melhores
práticas. Para evitar isso, mecanismos devem ser gerados e
instituídos para permitir que novas iniciativas passem a apoiar
novas propostas, de modo que a experiência possa produzir
atalhos e garantir a eficácia das ações governamentais (FRESNEDA
e GONÇALVES, 2008).
Um bom julgamento nasce da experiência. A experiência nasce
de julgamentos ruins.
Walter Wriston, ex-presidente do Citibank.
O maior valor agregado resultante do uso de estudos de caso
na capacitação profissional não reside no acúmulo de fatos,
mas sim no aprimoramento dos julgamentos. Walter Wriston
afirma que bons julgamentos não podem ser ensinados, uma
vez que são aprimorados com a experiência. Portanto, a
capacitação profissional deve incluir uma importante dimensão
experiencial. A aprendizagem com livros não é suficiente. Os
estudos de caso podem satisfazer essa necessidade.
Esse problema não está simplesmente associado aos desafios
administrativos da gestão cotidiana. Governos de todo o mundo estão
sempre formulando, implementando e adaptando políticas públicas. Eles
administram situações complexas que, eventualmente, surgem em
decorrência de desastres naturais, falhas sistêmicas importantes ou
conflitos ocasionais entre demandas e forças opostas. A forma de
administrar esses eventos, por parte dos governos, pode fazer grande
diferença para muitos cidadãos. As técnicas usadas, as experiências
adquiridas e as soluções desenvolvidas podem também ser úteis a outros
profissionais do setor público. Contudo, diante da afluência de eventos
e da escassez de recursos, os governos em geral deixam de aprender
com suas experiências passadas de uma maneira sistemática.
Há diversas décadas observa-se um interesse crescente no que se
convencionou chamar de gestão do conhecimento – termo que denota
maneiras pelas quais uma instituição organiza, retém e distribui seus
conhecimentos acumulados. É reconhecido que as organizações do setor
público lidam principalmente com conhecimentos e que a maioria dos
servidores é vista como trabalhadores de conhecimento. Além disso,
essa dependência de informações acumuladas dentro de uma
organização, transformadas em conhecimentos relevantes, está se
espalhando para áreas do serviço público que, até então, eram vistas
como práticas ou operacionais. Por exemplo, a maioria dos serviços de
72