Estudos de Caso
Como escrever e utilizar Estudos de Caso para ensino e aprendizagem no setor público.
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“mais lastro”, o que não era uma opção viável. Já carregado com 120
toneladas de lastro, não havia espaço para mais e, mesmo que houvesse,
o peso adicional poderia colocar os portais de canhões do convés inferior
abaixo do nível da água. Da forma como estavam, os portais ficavam a
apenas três pés acima do nível da água.
O lançamento
Estamos em 25 de julho de 1628. Você é o almirante do rei e recebeu
ordens para lançar o navio hoje ou arcar com as consequências pessoais
e profissionais. Você é responsável pelas carreiras do construtor e dos
operários do estaleiro, bem como pela vida do comandante do navio e
de sua tripulação de 150 homens. Você também é responsável pela
imagem de uma Suécia expansionista e de sua principal arma – a
Marinha–, já severamente afetada por perdas durante a guerra.
Relutante, mas obediente, e não querendo adiar mais a tarefa, em 10
de agosto de 1628 você ordena que o navio deixe o cais. Algumas velas são
içadas assim que uma leve brisa lhes dá força. A brisa enche as velas do
navio e levanta os ânimos. O Vasa percorre cerca de 900 metros, aderna e
afunda diante da multidão. Cinquenta vidas se perdem com todo o navio.
O que deu errado? O que você faria de diferente da próxima
vez? Felizmente, você tem acesso a algumas das análises de riscos (anexas)
realizadas durante o projeto, para buscar indícios e lições aprendidas.
O rei Gustavo estava na Polônia, sem comunicação com seu país, mas
havia ordenado que o navio fosse lançado até 25 de julho, “caso contrário,
os responsáveis cairiam em desgraça com Sua Majestade.” Nem o
carpinteiro, nem o construtor naval estavam presentes no teste de guinada
e ninguém havia sugerido quaisquer ideias para aumentar a estabilidade
do Vasa. Você sabe que após o regresso do rei haverá um conselho real de
inquérito, e você terá de responder a algumas perguntas difíceis. Você
começa a pensar nelas agora, a fim de se preparar para o que vem pela
frente. Você decide, então, convocar um pequeno grupo de assessores
de confiança para, juntos, refletirem sobre as seguintes perguntas:
• Quem é o responsável por essa catástrofe?
• Houve quaisquer riscos impróprios que não deveriam ter sido
permitidos? Como esses riscos podem ser identificados e mitigados em
iniciativas futuras de construção naval?
• Que outras formas desconhecidas podem ser abordadas, além de
confiar na experiência pessoal do construtor naval? Como avançamos
em áreas que nos são desconhecidas?
• Como a comunicação entre o rei, os construtores navais e o comando
naval poderia ser aprimorada para a futura contratação, construção e
entrega de navios de guerra dentro do prazo, da programação e do
orçamento?
• O que podemos fazer de mais importante para evitar que esse tipo
de desastre volte a ocorrer?
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