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Estudos de Caso

Como escrever e utilizar Estudos de Caso para ensino e aprendizagem no setor público.

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pé e meio foi acrescentado à viga, mas como a quilha já havia sido

construída, a solução foi acrescentar a medida adicional às partes mais

altas do navio. Isso elevou o centro de gravidade, contribuindo para a

instabilidade da embarcação. A quilha rasa não fornecia espaço suficiente

ao lastro necessário para estabilizar um navio daquele porte e a viga estreita

exigia braçadeiras adicionais, reduzindo ainda mais o espaço para o lastro.

Mais canhões!

Com um navio maior, o rei Gustavo exigiu mais canhões – e maiores –,

insistindo em 64 canhões de 24 libras, com a metade em cada convés,

além de vários menores. Embora construído para canhões de 12 libras, o

convés superior precisaria suportar o peso adicional de canhões de 24

libras, elevando ainda mais o centro de gravidade. No final, o cronograma

apressado permitiu o uso de 48 canhões de 24 libras.

À condição de pêndulo invertido do navio somavam-se centenas de

esculturas ornamentais douradas e pintadas, feitas de carvalho pesado,

também encomendadas pelo rei.

Para superar o navio dinamarquês, o rei não poupou gastos e o Vasa

tornou-se o navio mais caro de sua época.

Mudança de gestão

Em 1626, o carpinteiro naval responsável pelo navio adoeceu

gravemente. Enquanto esteve acamado, ele teve de dividir suas funções

com outros dois carpinteiros, gerando confusão na gestão do projeto.

A fragilidade da divisão de responsabilidades e da comunicação foi

agravada pela impaciência do rei e pelas constantes alterações no

projeto, resultando em atrasos ainda maiores. Com a maior força de

trabalho da história da Suécia essencialmente fora de controle, o

carpinteiro-mestre morreu em 1627.

Naquela época, não havia padronização de cálculos de centro de

gravidade, de características de inclinação ou de fatores de

estabilidade. Os comandantes familiarizavam-se com as características

de seus navios por meio de tentativa e erro. Até mesmo os especialistas

navais acreditavam que quanto maior e mais imponente, e quanto maior

o número de armas a bordo, mais indestrutível seria o navio.

Teste de prontidão para o lançamento

Por fim, tudo o que faltava era um teste de navegabilidade do Vasa,

denominado teste de guinada. O comandante do navio e o almirante do

rei ordenaram a uma tripulação muito reduzida, de 30 homens, que

corresse de uma amurada a outra, ao centro, em um dia sem vento nas

águas calmas do porto. Após três corridas, o teste foi interrompido porque

o navio balançava com tanta violência, que o comandante temia que ele

adernasse. Os carpinteiros não estavam presentes e nem foram

informados dos resultados dos testes. Nenhuma atitude foi tomada após

os resultados alarmantes, já que a única ação corretiva conhecida seria

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