Chicos 66 - 18.10.2021
Chicos é uma publicação literária que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar gratuitamente nossas edições. A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao seu entorno e ao mundo. Procura manter, em cada um dos seus números, uma diversidade temática.
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Chicos
de “Anúncio”, “Dois poetas” e “Rimbaud et
l’air (que funde em seu título os sons dos nomes
de Rimbaud e Baudelaire). Enfim, houvesse livros,
quiçá veríamos fases de sua poética; na
ausência deles, é um verdadeiro caleidoscópio
de uma figura fascinante e esquiva.
Ela mesma se descreve assim no site de
Elson Fróes:
“Maria do Carmo Ferreira (Carminha) natural
de Cataguases, a princesinha da zona da
mata mineira. Aos 14 anos se tornou poeta por
excesso de amor. Morou em Belo Horizonte,
São Paulo, radicou-se no Rio por mais de duas
décadas e finalmente mudou-se para Niterói.
De 1969 a 1973 morou dois anos na Europa
e dois nos EE.UU, cursando mestrado em Literatura
Comparada e lecionou língua e literatura
brasileira no Colégio dos Graduados, Universidade
de Illinois.
Hoje, aos 61, mestranda em Literatura
Comparada, aposentada da Rádio MEC, onde
serviu 30 anos como criadora, tradutora, redatora,
produtora e coordenadora de programas litérários
e lítero-musicais, como Técnica em Assuntos
Culturais MEC/Demerg.
Inédita em livros, CAVE CARMEN será o
primeiro.”
Isto foi há 21 anos atrás, em
2000: CAVE CARMEN que até hoje não veio.
Não veio o livro reunindo essa obra de décadas
e atravessamentos. Mais adiante, no mesmo site,
ela nos conta de outras obras inéditas no baú:
“Publicações Literárias: inédita, aos 62, em
livro, tenho, contudo, a um passo do prelo: CA-
VE CARMEN (40 anos de poesia): poemas reunidos
desde a década de 60 até hoje, 2001)
Jogos Florais & Animais (poemas soltos, infantis)
A Flor que sofria de pensamento: uma estorinha
só em versos (idem)
O Delfim que não sabia morrer (idem)
O Sacristão e a Miss (idem)”
No entanto, seria exagero dizer que se trata
de uma obra absolutamente esquecida. Na
verdade, além de ter contribuído com revistas e
jornais impressos ao longo das décadas
(Invenção, nº 5; Ímã, nº 5; Poesia Para Todos, nº
2; Suplemento Literário do Minas Gerais, vários
números; Revista Dimensão; Correio do Sul;
ANE/Associação Nacional de Escritores; O Cataguases;
Pensaminto; Chicos, nº 56, etc.) também
se aventurou em colaborações na internet:
Blocosonline, Jornal de Poesia, Notívaga, O
Cisco Tonitruante, REBRA, Germina e por aí
vai.
E mais, Carminha já recebeu elogios efusivos de
nomes variados e importantes, tais como Décio
Pignatari, Augusto de Campos, Carlos Ávila,
Ronaldo Werneck, Ana Elisa Ribeiro, Fabrício
Marques, Alvaro A. Antunes, Ronaldo Cagiano,
Silvana Guimarães, Júlia Eléguida etcétera etcétera.
Ela é um caso que mostra como o livro ainda
é o instrumento fundamental de reconhecimento
simbólico (veja-se, por exemplo, como a
recepção dos poetas estritamente orais ou digitais
tende a ser lentíssima dentro do ambiente
da poesia tradicional). É uma obra vasta, dispersa,
que nos diz CAVE, “cuidado”, CARMEN,
“com o poema”, ou mais precisamente “com a
Carminha”; mas que poderia, num ato de destradução,
ser um “cuidem dos cantos de carminha”,
CURATE CARMINA, que é o que tento
modestamente fazer aqui com uma coleta dos
dispersos ainda acháveis. Agradeço a todos os
nomes acima citados, que me ajudaram muito a
encontrar caminhos, sobretudo Álvaro A. Antunes,
que me apresentou sua obra, Ronaldo Werneck
que generosamente me passou vários textos,
por meio de Ana Elisa Ribeiro, e Silvana
Guimarães, que finalmente me informou que
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