Chicos 66 - 18.10.2021
Chicos é uma publicação literária que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar gratuitamente nossas edições. A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao seu entorno e ao mundo. Procura manter, em cada um dos seus números, uma diversidade temática.
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Chicos
E cavalgam, arfantes, a utopia.
E outra vez a lua e o espelho.
Princípio de realidade, chamam-no.
Ou vergonha… temor… ou covardia.
Secretíssima dor. Me enlanguesce. Me prostra.
Entrego minhas moedas a Caronte.
E os meus olhos flutuam no lago.
Anjos caídos dançam em meu ventre.
A morte amamenta as lesmas.
Um leproso me acaricia a boca.
E os sátiros. Ah, os sátiros.
Me entalham. Me reesculpem.
Me cinzelam.
Me mordem os mamilos.
Possuem-me, seduzem-me, enfeitiçam-me.
Morrer de amor e não de abismo.
Tradução de Anderson Braga Horta
Nota: Seu amigo o poeta e ensaísta venezuelano
José Pérez referiu, em recente artigo
dedicado a Amelia Arellano, que em sua poesia
a autora extrai “dessa energia e pulsão seu sentido
de claridade política, de claridade social,
de formação sem fissuras, para cantar suas verdades,
para desfraldar suas bandeiras de luta,
para além dos movimentos de gêneros, com os
movimentos reivindicativos do bem-estar humano,
a justiça, o bem e a paz. Sua voz é bastião
e exemplo de persistência, de entrega e demanda
dos valores essenciais da vida: o amor,
o respeito, a equidade, a solidariedade, o pão e
o trabalho” (en www.crearensalamanca.com,
25 Feb. 2021).
* Amelia Arellano
Nasceu em San Luis, Argentina, como outras destacadas poetas de seu
país, Alfonsina Storni, Alejandra Pizarnik, Suzana Theno, Olga Orozco,
Amelia Biagioni e Irma Cuña, sua obra abarca múltiplas referências do ser
feminino, do sentir de mulher e dessa valente entrega en versos de seus
universos mais íntimos. Publicou, entre outros, Exorcismos de la hoja
(2012), Teorema de Pitágoras (2015) e Desvelos de Triángulos (2020; prêmio
Provincia San Luis)
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