Chicos 66 - 18.10.2021
Chicos é uma publicação literária que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar gratuitamente nossas edições. A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao seu entorno e ao mundo. Procura manter, em cada um dos seus números, uma diversidade temática.
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Chicos
Com suas rosas de malherbe,
com seus beijos-lamourette
e os seus anéis nibelungos,
Ante diem, sê benigno,
juiz do justo castigo
cui salvandos salvas gratis.
sicut umbra dies nostri:
ubi flores de retórica,
ibi cravos-de-defunto.
Ovelha negra inter oves,
correm comigo: eu, contíguo,
cost to cost & the day after.
Dia de todos os santos,
de quebradeira e quebranto,
dia miserere nobis:
num pass-a-nel delirante
entre um anão e um gigante
cavalo e valquíria explodem.
Um livro há de ser escrito
e o homem passado a limpo
bem no nariz do patrão:
quando o tumor vem a furo
de que servos dedos duros
os que se forem, assoarão?
Metendo a mão na cumbuca,
geme e estertora a criatura
numa sinuca de bico.
CONTRATUAL
os ciúmes que
palavrearam
AMOR
os cumes que
palavram
aMo
os umes que
param o
m
a contração
sexu
AO
AUTO-RETRATO
Em represália ante o trono,
ao som de tripas e trompas
todos pedindo penico.
Apocalíptico dia!
Dia do tombo, hecatombe,
ingemisco tanquam reus.
O que é do homem o bicho come:
vamos que zebra, ou que bode,
quem sabe o bicho que deu’s?
Nasci no rame-rame das abóboras.
Meu plano é horizontal. Vivo de cócoras.
Se me ergo, me espatifo. A gravidade
colou meu ser ao chão: cresço à vontade.
A crosta é dura. No corpo volumoso
a polpa é só fartura e paga o esforço
de rastejar como uma tartaruga
e refletir ao sol minha armadura.
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