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Morte substitutiva de Cristo
Substituição e satisfação são termos que têm despertado muitas críticas. Deus de fato
precisava de algum tipo de substituição para a penalidade dos pecados da hum anidade?
O que significa substituição? Nesse contexto, substituição significa que Alguém toma o
lugar de outra pessoa a fim de levar sua punição com o propósito de salvá-la.
Quanto ao segundo termo, satisfação, devemos perguntar: o que precisava ser satisfeito?
A Bíblia apoia o conceito de morte substitutiva? A substituição ocorreu no caso de
Abraão. Quando ele estava no Monte Moriá para sacrificar seu filho Isaque, “Abraão pegou
o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho" (Gn 22:13, ênfase acrescentada).
Na narrativa da Páscoa, a vida foi poupada por substituição. M as os únicos prim ogênitos
do sexo m asculino poupados foram aqueles cujas famílias sacrificaram um cordeiro
e colocaram seu sangue nas ombreiras das portas (Êx 12:7,13). Todo o sistema sacrificai
tinha por base a substituição. Como a penalidade para o pecado é a morte, o anim al substituto
era morto, poupando assim a vida do pecador (Lv 17:11).
Voltando ao NT, observam os que João Batista identificou Jesus como “o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo!" (Jo 1:29, ênfase acrescentada). Paulo declarou: “Pois
tam bém Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado" (IC o 5:7). Na carta aos Efésios, o
apóstolo foi claro: “Cristo nos amou e S e entregou por nós, como oferta e sacrifício de
aroma agradável a Deus" (Ef 5:2, ênfase acrescentada). Em Romanos, Paulo afirmou que
Deus provou Seu am or “pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éram os pecadores"
(Rm 5:8, ênfase acrescentada). A Bíblia está cheia de substituições e linguagem
que denota o pecado. (Para mais exemplos, veja Is 53:12; Mc 10:45; 2Co 5:14; U m 2:6;
Hb 9:28; IP e 2:24). Hebreus coroa esse tópico com a declaração indiscutível, embora frequentemente
ignorada, de que “sem derramamento de sangue não há rem issão" (Hb 9:22).
Que sangue? Não pode ser o sangue de animais, "porque é im possível que o sangue de touros
e de bodes remova pecados" (Hb 10:4). Portanto, tem que ser o sangue, a vida. de Cristo.
Jesus levou n o ssos pecados e morreu por nós. Por isso, não devem os vê-Lo com o alguém
que não tenha interesse direto na nossa salvação, um terceiro, um indivíduo separado
de Deus e da humanidade. Tal visão distorceria m uitíssim o o entendim ento sobre a
expiação. Cristo seria retratado então como Alguém que sim plesm ente aplaca a ira do Pai.
Deus, por Sua vez, seria considerado Alguém que pune o inocente Jesus apenas para que
nós, os culpados, pudéssem os sobreviver. A unidade quebrada entre o Pai e o Filho vem
à tona na forte declaração paulina de reconciliação, na qual o Pai age por meio do Filho:
“Tudo isso [a nova criação em Cristo] provém de Deus, que nos reconciliou C onsigo m esm
o por m eio de Cristo" (2Co 5:18).
N o sso Substituto não foi Cristo sozinho, nem Deus sozinho, mas Deus em Cristo, que
era D eus e Homem. D eus em Cristo Se colocou como Substituto em nosso lugar. Assim ,
as objeções a uma expiação substitutiva desaparecem. Não há nada de imoral (transgressão
da lei) nesse caso, porque o Substituto dos infratores é o Legislador. A cruz não é uma
barganha transacional com o diabo nem uma troca para satisfazer a lei. Mas, com o Deus,
Cristo nos reconciliou C onsigo mesmo. (Para um estudo mais aprofundado sobre substituição,
ver John R. W. Stott, The Cross ofChrist [InterVarsity Press, 1986]).
)an • Fev • Mar 2022 |109|