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Abraão voltou para casa. No caminho, Melquisedeque, o rei-sacerdote de Salém (Jerusalém),
encontrou Abraão com pão e vinho, detalhe que falta no relato de Hebreus. O prim eiro
abençoou o último, e o últim o devolveu o dízimo ao primeiro (Hb 7:1, 2). O que então
torna M elquisedeque superior aos sacerdotes levitas? Primeiro, M elquisedeque é apresentado
"sem pai, sem mãe, sem genealogia" e "não teve princípio de dias nem fim de existência"
(Hb 7:3). N o m undo greco-rom ano, não ter pai significava ser filho ilegítim o e não ter
mãe indicava que o filho era de uma m ulher de baixo nível social. Para os judeus, porém,
não ter genealogia significava que a pessoa não poderia se qualificar para o sacerdócio
levitico. M elquisedeque era uma figura divina, com o alguns concluíram ? Não; ele aparece
de repente em cena, em Gênesis 14, e desaparece com a m esm a rapidez, sem qualquer
m enção à sua origem familiar. Com o o registro de Gênesis não fala de seu pai, mãe, nem
genealogia, Paulo usou M elquisedeque como um exem plo perfeito da natureza eterna de
Cristo, ideia apoiada pela seguinte descrição: “não teve princípio de dias nem fim de existência,
mas feito sem elhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sem pre" (Hb 7:3).
Além disso, os levitas são novamente com parados com M elquisedeque em Hebreus 7:8:
“Aqui", isto é, no sistem a levitico, “hom ens m ortais” recebem os dízim os de seus com panheiros
israelitas, m as “ali", ou seja, no caso de Melquisedeque, os dízim os são recebidos
por “aquele de quem se testifica que vive”. A mortalidade dos levitas é contrastada com
a ausência de registro da morte de Melquisedeque, em Gênesis 14.
M elquisedeque nunca m orreu? Sim, morreu, mas, visto que sua m orte não está registrada
nas Escrituras, Paulo viu nele um exemplo perfeito para a eternidade de Cristo. Essa
ausência era um princípio usado por escritores antigos. 0 silêncio da Escritura sobre determ
inado ponto é tom ado como evidência de que algo não existia. M elquisedeque entra
na narrativa sem ancestralidade e sai sem um relato de sua morte, o que aponta tipologicam
ente para Aquele que é eterno. Dado que M elquisedeque aponta para a eternidade
e os levitas eram finitos, M elquisedeque é superior a eles.
Em segundo lugar, Melquisedeque é superior aos levitas porque abençoou Abraão, o patriarca,
descrito com o aquele que recebeu a prom essa (Hb 6:13; 7:6). Assim , “evidentem ente,
não há dúvida de que o inferior [Abraão] é abençoado pelo superior [M elquisedeque]”
(Hb 7:7). M elquisedeque não é apenas superior aos levitas por causa de seu sacerdócio
perm anente - m as tam bém é superior porque abençoou Abraão.
Terceiro, M elquisedeque é superior aos levitas porque até “Abraão, o patriarca, pagou
o dízim o tirado dos m elhores despojos” (Hb 7:4). O bisneto Levi e seus descendentes basicam
ente devolveram o dízimo por meio de Abraão a esse sacerdote de Deus, não levitico,
M elquisedeque (Hb 7:9,10). A ausência da genealogia levítica não impediu M elq u isedeque
de receber o dízimo de Abraão. Da mesma forma, a ausência da genealogia levítica
não poderia impedir Jesus de servir como Sacerdote. Os levitas foram ordenados pela
lei a receber dízim os de seus com panheiros israelitas e, por sua vez, a devolver os dízim
os dos dízim os recebidos (Nm 18:21-26). Paulo relatou essa tradição (Hb 7:5). A lógica
de seu argum ento é óbvia. M elquisedeque é maior do que Abraão; consequentem ente, ele
deve ser maior do que Levi. Por extensão, o sacerdócio de M elquisedeque é maior do que
o sacerdócio levitico. Se isso é verdade, o sacerdócio de Cristo é superior ao de qualquer
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