Chicos 68 - 08.04.2022
Chicos é uma publicação literária que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar gratuitamente nossas edições. A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao seu entorno e ao mundo. Procura manter, em cada um dos seus números, uma diversidade temática.
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Poeta da primeira página: Luís Aranha
Chicos
Luis Aranha, sentado ao centro atrás de
Oswald de Andrade ao chão
Luis Aranha Pereira nasceu em São Paulo
em 1901 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em
1987. Após concluir o ginásio no Colégio dos
Irmãos Maristas, por um breve período trabalhou
na Drogaria Bráulio, em 1919. Um ano depois
conhece Mário de Andrade através de seus irmãos
mais velhos, moravam próximos. Passa a
frequentar a casa da Rua Lopes Chaves e apresenta
a ele poemas que mostram inovação em
relação ao ambiente literário reinante da época.
Participa das reuniões às terças feiras, ligando-se
consequentemente aos organizadores da Semana
de Arte Moderna. Em 1921, Oswald de Andrade
publica o artigo O meu poeta futurista. Participa
da Semana de Arte Moderna, em fevereiro de
1922, colabora na Revista Klaxon até o último
número desta, publicando os poemas Aeroplano,
Pauliceia desvairada, Crepúsculo e Projetos. Ingressa
no curso de direito na Faculdade do Largo
São Francisco, concluído em 1926. Segundo
alguns estudiosos, sai da cena literária contemporânea
como quem foge de um mal, reproduzindo
de certa maneira a sua mudez diante das
vaias da plateia do Teatro Municipal de São Paulo
em 22. Aprovado em concurso, ingressa no
Itamarati, onde exerce diversos cargos. A partir
de 1934, reside em vários países por causa da
carreira diplomática, que encerra como embaixador
no Ceilão (atual Sri Lanka), ao se aposentar
por idade.
Ao sair muito cedo da cena literária e a
permanência por mais de cinquenta anos de seus
poemas inéditos e esparsos, deixou o autor e sua
obra apartados da história literária. Nem o lançamento
do livro Cocktails em 1984, por iniciativa
do poeta Nelson Ascher, com base nos poemas
publicados na Klaxon e nos que integram um
datiloscrito entregue por Luis Aranha a Mário de
Andrade na década de 1920, parece ter despertado
a atenção de críticos e historiadores da literatura,
mesmo que algumas resenhas tenham
destacado a reunião de seus poemas. Destaca-se
o esforço de José Lino Grünewald ao escrever,
nas décadas de 1960 e 1970, dois artigos muito
elogiosos que sugeriam o lugar de precursor em
seus versos quanto ao contexto modernista do
início dos anos 1920. Os artigos intitulam-se Um
poeta esquecido e Um marco esquecido: Luís
Aranha, publicados no Correio da Manhã a 24
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