Chicos 68 - 08.04.2022
Chicos é uma publicação literária que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar gratuitamente nossas edições. A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao seu entorno e ao mundo. Procura manter, em cada um dos seus números, uma diversidade temática.
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Chicos
que antecipa sentimentos pacifistas em filmes de
Jean Renoir e Stanley Kubrick”. Produzido pela
própria Ucrânia, em 1991, vi agora Fome 33, de
Oles Yanchuk, que conta a tragédia da Grande
Fome de 1932-33, resultante da política de confisco
de Stalin. Confisco de bens, comida, até
crianças dos camponeses que se recusaram a
trabalhar feito escravos em fazendas coletivas.
Estas foram criadas para exportar a produção e
desenvolver a indústria, e a recusa dos nativos
resultou numa espécie de holocausto em que
morreram 3 milhões e 900 mil pessoas (dados
oficiais, alguns falam em dez milhões). Tudo
mantido em segredo pelos dois governos até
1990, quando a União Soviética já estava pedindo
penico.
Conheço gente que defende a Rússia
invadir a Ucrânia, alegando que, recentemente,
os Estados Unidos invadiram vários países e ninguém
ligou. Certo, mas, só porque o inimigo
faz, não é justificativa para o outro fazer. E o
histórico da Rússia também não é nada recomendável,
basta lembrar a fome ucraniana citada
acima, sem esquecer os vários expurgos naquela
mesma década, eliminando pessoas aos
milhões, até por razões étnicas. Os esquerdistas
fanáticos fingem ignorar todas aquelas barbaridades,
mesmo fatos mais recentes, como os soviéticos
terem invadido o Afeganistão primeiro,
em 1979, e foi tão difícil sair de lá quanto os
americanos do Vietnam. Daí, me considero um
esquerdista independente, até por não compactuar
com governos capazes de falsificar a história.
* Antônio Jaime Soares
Nasceu em Cataguases MG, lá na Chave. Participou de um dos movimentos culturais
mais ativos dos anos 60 em Cataguases, o CAC. Depois de morar um
longo tempo no Rio de Janeiro, onde entre outras foi redator de publicidade.
Retornou a Cataguases direto para a Vila. Poeta e cronista publicou Pedra que
não quebra (2011)
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