Chicos 68 - 08.04.2022
Chicos é uma publicação literária que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar gratuitamente nossas edições. A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao seu entorno e ao mundo. Procura manter, em cada um dos seus números, uma diversidade temática.
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Chicos
de março de 1962 e a 27 de fevereiro de 1972,
respectivamente. Grünewald aponta o caráter de
épica da civilização urbano-industrial - uma épica
que não se prende ao nacionalismo defendido
por muitos modernistas.
Como é extremante relevante as considerações
de Mário de Andrade a respeito da poesia
de Luís Aranha no ensaio Luís Aranha ou a poesia
preparatória, escrito para a Revista Nova, em
1932, e depois incluído em Aspectos da literatura
brasileira, de 1943.
Em 2009, com seleção e prólogo de Juan
Bonilla, publica-se em Málaga na Espanha, Aviones
Plateados 15 Poetas Futuristas Hispanoamericanos.
Uma antologia da poesia ligada ao
Futurismo em escala ibero-americana. Luis Aranha
é o único poeta brasileiro incluído (p. 259-
281) com os poemas: Poema Pitágoras, Cocktail,
Telegrama, Poema pneumático, O aeroplano,
Pauliceia Desvairada, Crepúsculo e Projetos
A produção poética de Luis Aranha, embora
pequena, traduz intensamente o espírito da
primeira fase do modernismo brasileiro. Dos
seus 26 poemas conhecidos, alguns ainda trazem
traços de uma poética tradicional nas rimas
e no tratamento dos temas, mas a maioria se
serve da subversão sintática, da montagem, da
simultaneidade, de recursos da propaganda e do
cinema em versos livres e brancos para falar sobre
elementos da vida moderna, como a eletricidade,
o telegrama e o automóvel.
Chama atenção dos críticos seus três poemas
longos. Em Drogaria de éter e de sombra,
que evoca sua experiência como balconista de
farmácia, o éter na atmosfera leva o eu-lírico a
delírios quixotescos, que faz os objetos do local
parecerem inicialmente os de uma novela de cavalaria;
mostra-se aí um dos recursos mais explorados
pelo poeta, a associação de imagens,
que aproxima preocupações comerciais, amorosas,
informações geográficas e científicas. No
Poema Pitágoras, as associações envolvem a astronomia
e a geometria, revelando o desejo pueril
de tornar palpáveis os objetos de estudo, como
no trecho: “Enrolando-o na fieira da Via
Láctea/ Joguei o pião da Terra". Imagem semelhante
se encontra no Poema Giratório, em que
a febre provocada por escarlatina (doença que
acometeu Aranha na infância) é o fator de rotação
dos pensamentos e do globo terrestre, que
se eletriza, em estado convulsivo, expressando o
desejo do menino acamado de "viajar por todo o
mundo".
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