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edição de 2 de maio de 2022

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ESPECIAL MARKETING<br />

ver, a criativida<strong>de</strong> ganha mais importância<br />

nessa realida<strong>de</strong> do nosso mercado. Criativida<strong>de</strong><br />

ven<strong>de</strong>, ninguém duvida disso. Mais<br />

do que basear em insights <strong>de</strong> consumidores,<br />

os profissionais responsáveis por conteúdo<br />

<strong>de</strong>vem trazer uma visão inédita sobre<br />

os mesmos dados que analisamos para<br />

outras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro do marketing. Em<br />

outras palavras, a i<strong>de</strong>ia criativa. Aquela<br />

capaz <strong>de</strong> gerar ou participar das conversas<br />

nas re<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> mudar e alavancar a percepção<br />

<strong>de</strong> marcas, uma i<strong>de</strong>ia que possa engajar<br />

o consumidor com um novo SKU, e levá-lo<br />

até o botão <strong>de</strong> ‘compre agora’”.<br />

Para Pflaumer, temas como ESG, diversida<strong>de</strong><br />

& inclusão e propósito são apenas alguns<br />

ângulos relevantes que não po<strong>de</strong>mos<br />

ignorar no processo <strong>de</strong> posicionamento<br />

<strong>de</strong> marcas. “Antes <strong>de</strong> comunicar externamente<br />

e li<strong>de</strong>rados pelo marketing, esses atributos<br />

precisam estar claramente articulados e entendidos<br />

<strong>de</strong>ntro da companhia, alinhados<br />

à essência e à história das marcas, e com o<br />

storytelling <strong>de</strong>senhado para cada audiência”.<br />

Ele observa que anos pandêmicos mostraram<br />

para os profissionais <strong>de</strong> marketing<br />

que não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhar dos ensinamentos<br />

básicos na gestão das pessoas.<br />

“A saú<strong>de</strong> mental foi o que mais nos afetou<br />

nesses dois últimos anos, e a gestão<br />

<strong>de</strong> recursos humanos foi a prova <strong>de</strong> fogo<br />

para todos os gestores <strong>de</strong> equipes do mercado.<br />

No marketing não foi diferente. Nesse<br />

contexto complexo, revisito frequentemente<br />

a cartilha <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> pessoas que<br />

sempre segui nas empresas em que trabalhei,<br />

e percebo que ela ganhou ainda mais<br />

importância: conhecer as pessoas por trás<br />

dos profissionais, contratar e trabalhar com<br />

profissionais que sabem mais que você, colaborar<br />

e pedir ajuda – a solução po<strong>de</strong> chegar<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> você menos espera”, diz ele.<br />

A dinâmica do marketing fica nas entrelinhas<br />

das campanhas publicitárias. O<br />

McDonald’s foi além. Filmes e peças digitais<br />

exibiram seu conceito disruptivo <strong>de</strong> brincar<br />

com a marca original da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast-food.<br />

No Brasil ela se tornou Méqui. Uma das<br />

ações mais badaladas <strong>de</strong>ssa proposta disruptiva<br />

foi Mequizices, com participação <strong>de</strong><br />

Luísa Sonza, Jorge & Mateus, Ludmilla e Simone<br />

& Simaria. Qual a intenção do anunciante?<br />

Que o público compartilhasse os<br />

conteúdos publicitários.<br />

“Marketing é a disciplina que li<strong>de</strong>ra o entendimento<br />

do que os consumidores querem<br />

e os esforços para viabilizar isso a eles.<br />

E quando uma empresa faz algo pelo cliente<br />

que melhora a sua vida, ele a recompensa<br />

com preferência, compras e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>.<br />

Essa é a dinâmica on<strong>de</strong> todos saem ganhando<br />

e há <strong>de</strong>senvolvimento do mercado”, esclarece<br />

João Branco, diretor <strong>de</strong> marketing<br />

do McDonald’s no Brasil.<br />

Para Daniella Brissac, VP <strong>de</strong> marketing<br />

para o Brasil e CCX capabilities para a América<br />

Latina da Johnson & Johnson Consumer<br />

Health, muito mais do que conquistar o<br />

coração e a mente dos consumidores, o profissional<br />

<strong>de</strong> marketing vem <strong>de</strong>sempenhando<br />

um papel cada vez mais estratégico e re-<br />

João Branco comanda as estratégias do McDonald’s<br />

“O MARKETING TEM<br />

GANhADO RELEVâNCIA CADA<br />

VEz MAIOR, E DEMANDADO<br />

DOS PROFISSIONAIS<br />

DA áREA uM CONhECIMENTO<br />

END-TO-END”<br />

levante na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões em busca <strong>de</strong><br />

um crescimento sustentável dos negócios.<br />

“Somos especialistas em ouvir e enten<strong>de</strong>r<br />

os anseios dos consumidores e, assim, conseguimos<br />

entregar produtos e serviços que<br />

realmente fazem a diferença em suas vidas.<br />

Na Johnson & Johnson Consumer Health,<br />

por meio <strong>de</strong> marcas icônicas que estão no<br />

centro da vida dos consumidores, temos a<br />

honra e o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> entregar saú<strong>de</strong> integral<br />

para milhões <strong>de</strong> pessoas, todos os dias. Com<br />

este propósito, vem também a responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mostrarmos, na prática, que po<strong>de</strong>mos<br />

impactar positivamente não só a saú<strong>de</strong><br />

das pessoas, mas também a do nosso planeta,<br />

com ética, segurança e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Deixo aqui os meus parabéns para todos os<br />

meus colegas <strong>de</strong> profissão que sabem como<br />

fazer a diferença”, ressalta Daniella Brissac.<br />

SEMIÓTICA<br />

Como ciência dinâmica, o marketing absorve<br />

<strong>de</strong> tudo um pouco como as técnicas<br />

semióticas. Que mereceram uma análise<br />

profunda <strong>de</strong> João Batista Ciaco, ex-diretor<br />

<strong>de</strong> marketing da Fiat, que lançou em 2013 o<br />

livro A inovação em discursos publicitários:<br />

comunicação, semiótica e marketing, resultado<br />

do trabalho <strong>de</strong> doutorado do executivo<br />

no Programa <strong>de</strong> Estudos Pós-Graduados<br />

em Comunicação e Semiótica da PUC-SP.<br />

“Esse livro, apesar <strong>de</strong> tratar <strong>de</strong> semiótica,<br />

não abandona o marketing, mas, sim, bebe<br />

em outras fontes para auxiliar no marketing”,<br />

disse Ciaco à época do lançamento.<br />

Jaime Troiano, presi<strong>de</strong>nte da Troiano-<br />

Branding, relembra os ensinamentos <strong>de</strong><br />

Fotos: Divulgação<br />

Frank Pflaumer é diretor <strong>de</strong> marketing da marca Seara<br />

Philip Kotler para dizer que marketing é<br />

um conceito amplo e ambicioso. “Gestão<br />

<strong>de</strong> marketing é a arte e a ciência <strong>de</strong> escolher<br />

os mercados-alvo e a <strong>de</strong> conquistar,<br />

reter e cultivar clientes, por meio da criação,<br />

comunicação e fornecimento <strong>de</strong> valor<br />

superior para os clientes.”<br />

Com uma visão crítica do mercado,<br />

Troiano afirma que costuma se fazer a seguinte<br />

pergunta: esta é, <strong>de</strong> fato, a forma<br />

pela qual praticamos marketing, atualmente?<br />

Ou, fazemos apenas frações <strong>de</strong>sse<br />

mo<strong>de</strong>lo proposto por Kotler?<br />

“Creio que a segunda alternativa é mais<br />

verda<strong>de</strong>ira atualmente. Por algumas razões.<br />

A primeira é o fato <strong>de</strong> que a escolha<br />

<strong>de</strong> mercados-alvo é fruto <strong>de</strong> pouca análise<br />

factual e muito mais <strong>de</strong> meras intuições e<br />

vaida<strong>de</strong> corporativa. Algumas organizações<br />

ainda se <strong>de</strong>bruçam com mais cuidado<br />

e atenção, mapeando oportunida<strong>de</strong>s<br />

autenticamente validas. Mas essa não tem<br />

sido a regra predominante”.<br />

Para ele, a segunda razão é que a engenharia<br />

digital tem dado mais atenção ao<br />

fascínio pelas ferramentas <strong>de</strong> comunicação<br />

do que sua legítima a<strong>de</strong>quação e eficácia<br />

no diálogo com os clientes finais. “E<br />

a terceira razão é que vivemos mais um<br />

clima <strong>de</strong> conquista <strong>de</strong> territórios humanos<br />

<strong>de</strong> consumidores do que um movimento<br />

verda<strong>de</strong>iramente organizado <strong>de</strong> retenção<br />

e continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relacionamento. Apesar<br />

<strong>de</strong>ssa visão crítica, eu acredito que voltarmos<br />

para a proposta original <strong>de</strong> marketing<br />

continua sendo uma jornada obrigatória<br />

para todos nós, não apenas uma visão utópica”,<br />

afirma.<br />

“O <strong>de</strong>senvolvimento do marketing no<br />

Brasil sempre foi um ativo fundamental<br />

para alimentar nossa economia. Imagino<br />

on<strong>de</strong> estaríamos sem essa contribuição.<br />

Gostaria muito que fôssemos ainda mais<br />

proficientes, como um legítimo espelho<br />

o conceito proposto há tanto tempo pelo<br />

mestre. Acho que sabemos fazer isso, se <strong>de</strong>cididamente<br />

quisermos. Temos os melhores<br />

instrumentos e profissionais entre nós,<br />

para dar esses passos”, finaliza Troiano.<br />

22 2 <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark

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