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edição de 2 de maio de 2022

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MercaDo<br />

Dia das Mães é tratado<br />

como Natal do primeiro<br />

semestre pelo varejo<br />

A expectativa é <strong>de</strong> crescimento superior a 100%<br />

sobre 2021; publicitárias ressaltam diversida<strong>de</strong>,<br />

clichês, emoções, reconhecimento e barreiras<br />

Paulo Macedo<br />

Segunda data do calendário promocional<br />

brasileiro, para muitos o Natal do primeiro<br />

semestre, o Dia das Mães está gerando<br />

expectativas para as marcas. Pesquisas<br />

apontam que o valor nominal das compras<br />

<strong>de</strong>ve mais que dobrar em relação a 2021,<br />

quando os checkouts contabilizaram cerca<br />

<strong>de</strong> R$ 13 bilhões. 127 milhões <strong>de</strong> consumidores<br />

vão investir em presentes para<br />

as mamas, <strong>de</strong> acordo com a Confe<strong>de</strong>ração<br />

Nacional <strong>de</strong> Diretores Lojistas. O estudo<br />

Pulso, da Score Retail e Hibou, confirma a<br />

tendência, mas com ressalvas.<br />

O Pulso abordou 1.133 pessoas nos dias 25<br />

e 26 <strong>de</strong> Abril, em nove cida<strong>de</strong>s. O resultado<br />

trouxe o seguinte espelho: 45% estão mais<br />

apertados e, por isso, farão menos compras;<br />

24% consi<strong>de</strong>ram estar da mesma forma que<br />

nos anos anteriores; 22% estão mais apertados,<br />

mas vão manter a tradição <strong>de</strong> família;<br />

7% se consi<strong>de</strong>ram em melhor situação, mas<br />

vão manter os hábitos familiares; e 1% está<br />

melhor e vai aproveitar para gastar mais.<br />

“O consumidor enfrentará um ano <strong>de</strong><br />

contenção <strong>de</strong> gastos em todas as datas do<br />

varejo. Ainda se tem muito resquício da<br />

pan<strong>de</strong>mia e é um ano <strong>de</strong> incertezas. As<br />

marcas precisam se engajar naquilo que<br />

po<strong>de</strong> fazer diferença <strong>de</strong> forma mais simples,<br />

como ativações com entretenimento<br />

e soluções para os momentos <strong>de</strong> família”,<br />

analisa Ana Letycia, head <strong>de</strong> planejamento<br />

da Score Retail, lembrando que comprar na<br />

loja física é a intenção <strong>de</strong> 55% da amostra e<br />

25% está disposto a gastar até R$ 100. Para<br />

66% as peças <strong>de</strong> vestuário vão orientar as<br />

suas compras.<br />

O marketing e a publicida<strong>de</strong> caminham<br />

juntos para fomentar o interesse. Sadia,<br />

Marisa, Magalu e Renner, por exemplo, estão<br />

nos canais <strong>de</strong> mídia com campanhas<br />

alusivas à data. Há, porém, questões que<br />

permeiam a maternida<strong>de</strong>. Uma <strong>de</strong>las é levantada<br />

pela publicitária Ana Castelo Branco,<br />

mãe <strong>de</strong> Mateus (9 anos), portador <strong>de</strong><br />

síndrome <strong>de</strong> Down, e Helena (8 anos), que<br />

ela <strong>de</strong>fine como criança típica.<br />

“‘Trabalhe como se não tivesse filhos.<br />

Seja mãe como se não trabalhasse’. Essa citação<br />

tem sido compartilhada já há algum<br />

tempo nas re<strong>de</strong>s sociais e reflete a realida<strong>de</strong><br />

do mercado. Não só do publicitário, mas do<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho em geral. É claro que<br />

temos algumas mães admiráveis nos cargos<br />

<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança. Mas são apenas algumas.<br />

Muitas <strong>de</strong>las contratadas por exigência global,<br />

para cumprir metas <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e<br />

soltar releases para a imprensa. Sem muito<br />

espaço, sem muita voz. O tal do ‘senta lá,<br />

Cláudia’. Já vivi esse filme. Fomos as mais<br />

<strong>de</strong>mitidas durante a pan<strong>de</strong>mia. Mulheres e,<br />

principalmente, mães. Informação baseada<br />

nos dados do Ipea que mostram um retrocesso<br />

<strong>de</strong> três décadas na presença profissional<br />

feminina, que as mulheres que têm<br />

filhos até 10 anos foram ainda mais prejudicadas”,<br />

observa Ana Castelo Branco, CCO<br />

da Impact Beyond.<br />

Humanida<strong>de</strong> é o ponto <strong>de</strong> Ana Ferraz,<br />

CBO & partner da BFerraz. “O clichê na propaganda<br />

ainda existe, reconhecer a maternida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma forma mais ampla, como<br />

acolhimento, engloba diversos papéis que<br />

tradicionalmente não são chamados <strong>de</strong><br />

‘mãe’. Nosso mundo está cada dia mais diferente<br />

e reconhecer o diferente e <strong>de</strong>ixar<br />

pra trás esse tradicionalismo é fundamental<br />

para evoluirmos como humanida<strong>de</strong>”.<br />

Andrea Mendonça, CGO da B&Partners.<br />

co, faz uma reflexão sobre a diversida<strong>de</strong> do<br />

Ana Ferraz, CBO & partner da agência BFerraz<br />

Pesquisa da Score Retail com o Hibou mostra que recursos financeiros<br />

“O clichê na prOpaganda<br />

ainda existe, recOnhecer<br />

a maternida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

fOrma mais ampla, cOmO<br />

acOlhimentO, englOba<br />

diversOs papéis”<br />

Andrea Mendonça, CGO da B&Partners: “Riqueza”<br />

34 2 <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark

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