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SUSTENTABILIDADE NA AGENDA DAS EMPRESAS UM NOVO SENTIDO DE PROPÓSITO POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA, PERDA DE BIODIVERSIDADE, VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS, QUASE NÃO PASSA UM DIA SEM QUE ALGUM ASPETO DA SUSTENTABILIDADE CHEGUE ÀS NOTÍCIAS. A SOCIEDADE ESTÁ NUMA ENCRUZILHADA. O CAMINHO QUE DECIDIR TOMAR TERÁ IMPACTO NÃO SÓ NAS VIDAS DA GERAÇÃO ATUAL, MAS TAMBÉM NAS DAS GERAÇÕES VINDOURAS Nos últimos anos, a sustentabilidade tem encontrado um lugar firme na agenda <strong>das</strong> empresas. Algumas abraçaram um caminho que vai para além do cumprimento dos objetivos a curto prazo <strong>das</strong> partes interessa<strong>das</strong>. Muitos outros continuam com “tudo como sempre”. No entanto, existem boas razões para as empresas embarcarem numa viagem de sustentabilidade. A crescente preocupação do público resultou num endurecimento da regulamentação em muitas regiões em áreas como as emissões de CO 2 e a reciclagem em circuito fechado. Mas a pressão não para aí, pois há muito que a sustentabilidade atingiu os mercados financeiros, com os investidores a imporem às empresas assumirem compromissos ambiciosos. Existe oportunidade na sustentabilidade Para surpresa de alguns observadores, a Geração Z (pessoas nasci<strong>das</strong> no final dos anos 90 e nos anos 2000) está a revelar-se uma geração de ativistas, espalhando rapidamente a sua mensagem através dos meios de comunicação social e redes sociais. À medida que entram na força de trabalho, as suas vozes têm um peso cada vez maior quando se trata de comportamento empresarial. Estão a forçar os seus empregadores a desenvolver um novo sentido de propósito. E como grupo de clientes, estão a gastar o seu dinheiro escolhendo produtos e serviços sustentáveis em vez de equivalentes menos sustentáveis. Dececionados com os mecanismos políticos tradicionais, canalizam o seu ativismo através dos meios de comunicação social e organizações não governamentais. Os peritos preveem que o número de pessoas que apoiam as ONG em todo o mundo irá crescer de 1,4 mil milhões em 2014 para 2,5 mil milhões em 2030. Com o crescente apoio, e o crescente financiamento como resultado, as ONG vão exigir uma participação cada vez maior na tomada de decisões. A Geração Z está agora a entrar na força de trabalho. Consequentemente, as empresas têm de reforçar o seu compromisso com a sustentabilidade, tanto a nível interno como externo e tornar este compromisso credível. A Geração Z espera que os seus empregadores tenham uma missão social, um sentido de propósito e que se envolvam ativamente com o mundo exterior. Esperam um local de trabalho diversificado em termos de género, etnia e antecedentes educacionais. No passado, a humanidade esteve frequentemente em encruzilha<strong>das</strong> como estas. A história mostra que somos capazes de mudar o nosso comportamento. Mas será que a revolução da sustentabilidade virá suficientemente depressa? Neste artigo baseado num estudo da Roland Berger, apresentamos quatro cenários, imagens de como o mundo poderá ser em 2050. Juntos, formam um panorama da série de diferentes futuros possíveis no que diz respeito à sustentabilidade. Analisamos os diferentes cenários utilizando o quadro ESG (Environment, Social, Corporate Governance), que analisa as três dimensões centrais da sustentabilidade: ambientais, sociais e de governação empresarial. As implicações para as empresas diferem para cada um dos cenários e afetam uma grande variedade de áreas, da concorrência à diferenciação, da inovação ao recrutamento. O que estão as empresas a fazer? Na análise realizada, dividimos as oportunidades por dimensão e horizonte temporal do ESG. As empresas podem tomar uma grande variedade de medi<strong>das</strong>, tais como conseguir neutralidade de CO 2, assegurar total transparência dos processos produtivos e pôr em prática sistemas robustos de denúncia de irregularidades. Qualquer estratégia empresarial será bem vinda. A sustentabilidade é uma questão que veio para ficar e as empresas que não a abordarem nas suas estratégias poderão correr riscos substanciais: o risco de prejudicar a sua reputação, problemas nas suas cadeias de abastecimento, riscos para o ambiente e assim por diante. Pelo contrário, as empresas que optam por enfrentar frontalmente a questão da sustentabilidade podem descobrir que, ao fazê-lo, podem pagar grandes recompensas. Colocar a sustentabilidade no centro <strong>das</strong> atenções Não pode haver dúvi<strong>das</strong> de que a sustentabilidade é uma <strong>das</strong> questões mais prementes que o mundo enfrenta atualmente. É uma questão que afeta todos os aspetos da vida, desde as nossas decisões quotidianas até ao destino <strong>das</strong> gerações futuras, desde o mundo da política até ao setor privado. A sustentabilidade está a moldar a forma como o mundo está a mudar - e continuará a fazê-lo no futuro. Para compreender plenamente o que entendemos por sustentabilidade, vale a pena analisar a forma como o conceito se desenvolveu ao longo do tempo. Já na década de 1970, os cientistas alertaram para os efeitos ambientais do aquecimento global. A publicação do relatório The Limits to Growth em 1972, assinalou um marco significativo. Hoje, a sustentabilidade também encontrou um lugar firme na agenda da estratégia empresarial. Não menos importante desde o escândalo Enron em 2001, as empresas começa- www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 17