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NA TERRA DE D10S
62
9h53
Aterramos em Ezeiza, Buenos
Aires, após um voo de cerca de 13 horas,
proveniente de Madrid. Entre voos de
ligação, atrasos e afins, a jornada já rondaria,
seguramente, 17 horas.
Uma vez em solo argentino, o
entusiasmo vencia, de goleada, o cansaço.
A “ilusión” motivada pela chegada ao “País
das Pampas” ajudava a elevar os níveis de
energia.
Dirigimo-nos ao hotel e, na
impossibilidade de entrarmos de imediato,
sentámo-nos no tasco mais próximo. Pedimos
a famosa Quilmes, mas foi-nos aconselhado
que trocássemos por uma 1890. Dizem
os locais que a aquisição da Quilmes por
parte dos brasileiros da Brahma acabou por
“estragar” a cerveja.
No “dia 0”, sem futebol jogado,
tínhamos um compromisso às 17 horas no
famoso bairro de La Boca e com a promessa
de uma receção à altura da ocasião. As
melhores expectativas cumpriram-se. Saímos
do Uber, esperámos uns minutos e, pouco
tempo depois, aí estava o nosso simpático
anfitrião, disposto a apresentar-nos o clube
por dentro.
Rapidamente sentimos uma
diferença atroz no trato. “El barrio es de
la gente”. E o clube também. Ainda que o
acesso ao estádio fosse exclusivo a sócios, o
nosso anfitrião rapidamente conseguiu fazer
com que entrássemos numa das “canchas”
mais importantes da história do futebol
mundial e sem que pagássemos um único
peso argentino.
Subimos ao relvado e começámos a
contemplar um palco mítico, no qual a tantas
coisas espetaculares assistimos a quilómetros
e quilómetros de distância durante anos.
Estávamos na casa de Diego Armando da
Maradona. Também de Juan Román Riquelme
ou Martín Palermo, apenas algumas das mais
mediáticas figuras de uma história riquíssima,
preenchida por craques.
Enquanto o nosso anfitrião se
sentava para desfrutar do seu mate (que,
mais tarde, provaríamos), contemplávamos
todos os recantos da caixa de bombons mais
conhecida do mundo. A mítica bancada da 12,
as grades típicas da “cancha” sul-americana
e, claro, a peculiar bancada que está sempre
de frente para a transmissão televisiva, com
a “box” em homenagem a Diego Armando
Maradona para sempre reservada. A maior
surpresa, em virtude da impossibilidade
de verificá-lo através da TV foi, com toda
a certeza, a curta distância entre a central
(sem qualquer proteção) e o terreno de jogo.
Vazio, é absolutamente impactante. Cheio,
com toda a certeza a experiência de uma vida
para qualquer adepto de futebol.
Após as fotos da praxe (e não
foram poucas), percorremos os corredores
do estádio, preenchidos por estátuas e
troféus conquistados pelo clube. O nosso
“guia” falava-nos, orgulhosamente, da
história do clube. Para além das Libertadores