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arame farpado no topo para poder estar na
Tribuna Popular.
A partir do momento em que as
equipas subiram ao relvado, assistimos ao
maior espetáculo de bancada das nossas
vidas. Um estádio em pé durante 90 e muitos
minutos, um apoio incessante em todas as
bancadas e muita, muita pirotecnia, inclusive
foguetes, com o jogo em pleno decurso. Quem
gosta de futebol, quem gosta de espetáculos
de bancada, tem que ter obrigatoriamente o
Gigante de Arroyito na sua “bucket list”.
“Para ser un Canalla si necesita un
poco de locura”, cantavam, em uníssono, as
bancadas de um estádio completamente a
abarrotar.
O Rosario esteve por duas vezes na
frente e só não levou as bancadas ao êxtase
total porque realmente nunca deixaram de
estar ao longo de todo o encontro, mas o
Boca conseguiu fazer o empate no décimo
minuto de compensação.
Sem grande tempo para lamentar
o empate (que realmente lamentámos
por aquelas gentes), apanhámos o nosso
Remis – serviço em tudo idêntico ao de táxi
– e partirmos novamente com destino ao
aeroporto, desejando que não houvesse
grande atraso na saída para Buenos Aires de
forma a chegarmos ao Monumental Nuñez a
tempo.
Uma vez aterrados no Aeroparque,
que fica precisamente na avenida do
Monumental Nuñez, faltava cerca de meia
hora para o jogo. Apressámo-nos a encontrar
um táxi que nos levasse até casa dos “Millo”
e corremos desenfreadamente cerca de 1
quilómetro até ao controlo mais próximo.
Desde logo se notou a diferença do River no
panorama argentino: bem mais organizado
e rigoroso em termos de segurança, de tal
forma que tivemos que exibir os nossos
cartões de sócio à segurança e, só chegados
ao torniquete, pudemos usar os cartões
(supostamente não transmissíveis) dos
detentores dos lugares no Monumental.
Entrámos com o encontro a ponto
de começar, o estádio completamente cheio
e em apoteose para o “clássico” com o
Independiente. Com um ambiente menos
“familiar” que o Gigante de Arroyito mas
igualmente frenético, o Monumental é
tudo aquilo de que nos apercebemos: uma
“selva”, no bom sentido, a “céu aberto”. A
grandiosidade de um dos maiores palcos
do futebol argentino é difícil de descrever
e ainda mais impactante se tornou tendo
em conta que já tínhamos visitado o estádio
no dia anterior, com as bancadas despidas.
As novas bancadas, mais perto do relvado,
vieram aumentar ainda mais a pressão
exercida sobre quem sobe ao relvado do
Monumental. Nessa noite, que o digam os
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