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No caso particular deste clube, as duas forças da cidade não se entenderam com facilidade, o que
arrastou o processo de fusão ao longo de cinco anos. Após um ultimato da federação em deixar
a cidade sem algum clube nos principais campeonatos e alguma casmurrice, o “entendimento”
entre rivais foi conseguido, e assim surgiu esta força que se conseguiu potencializar.
O mítico estádio Inonu passou a ser a casa do Besiktas, clube que fez parte da
inauguração. Contudo, teve que dividir o estádio com os dois rivais em períodos em que os seus
estádios estavam em obras. Daí floresceu a “guerra de Inonu”, na qual os adeptos do Besiktas
pretendiam manter os rivais fora das bancadas centrais, uma das quais se tornou o sector do
Carsi. Acontecia que cerca de 200 adeptos dos alvinegros dormiam dentro e à volta do recinto
nas noites antecedentes aos jogos, municiados de facas, paus, pedras e outros artefactos,
defendendo o seu território. Importa referir que o uso de faca no dia-a-dia do comum cidadão
turco é tradição, sendo uma arma branca amplamente disponível para venda, inclusive em
lojas de ourivesaria. Aliás, uma pessoa não “pode” passar uma faca para a mão de outra, de
forma a evitar negatividade no futuro. Portanto, cada um tem a sua. Mas, voltando às batalhas
territoriais, as mesmas deixaram de acontecer com o golpe militar de 1980. Foi imposto um
recolher obrigatório até às cinco da manhã e, portanto, só a partir dessa hora é que os adeptos
se organizavam, mas os confrontos continuaram a escalar gravemente. Começaram a ser usadas
armas de fogo, espadas e cocktails molotov, numa guerra que se alastrou a todos os dias da
semana e a que ninguém escapou totalmente ileso.
Como já dissemos, a importante cidade de Izmir foi um dos berços do futebol turco,
e alberga uma das mais intensas rivalidades do país. Exemplo disso foi a assistência de 80 000
adeptos no jogo entre Karsiyaka e Goztepe, a contar para a segunda divisão, em 1981. Mas aí os