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Voltando à realidade do Besiktas, as bancadas ressentiram-se bastante da falta do
Carsi, e toda a gente percebeu a importância do mesmo na vida activa do clube. Contudo, a
missão deste colectivo não acabou. O seu legado perdura até hoje, legado esse com mais um
episódio marcante em 2013. Devido à intenção do governo abater 600 árvores do emblemático
Parque Taskim Gezi, em Istambul, para a reconstrução de um emblemático quartel militar e a
construção de um centro comercial, cerca de 50 ambientalistas mobilizaram-se para protestar. O
actual Presidente da República, Erdogan, no poder desde 2002, lidera um “regime” autoritário,
conservador e religioso, que ordenou o ataque da polícia aos manifestantes. O povo mobilizouse,
e milhões de turcos saíram à rua contra a repressão e as políticas de Erdogan, com graves
conflitos entre protestantes e polícia a alastrarem para diversas cidades do país, principalmente
as maiores. Nesta jornada, os Carsi mobilizaram-se em força, estando firmemente na rua a lutar
pelo seu povo, eles que deram bastante força à “rebelião”, algo que é reconhecido por todos.
Em 2017 as autoridades criaram o Passolig, uma espécie de cartão do adepto. Desde
aí, para poder ir à bola, é necessário adquirir um cartão, do género de um de cartão de débito/
crédito, no qual constam os dados pessoais, sendo obrigatório para jogos da primeira e segunda
liga, bem como da taça nacional e competições europeias. Esta é uma suposta medida de combate
ao hooliganismo, a qual é defendida por supostamente conseguir diminuir os incidentes, embora
eles continuem a acontecer (e com alguma gravidade). Naturalmente, isto afectou os grupos de
apoio. Com esta medida só é possível obter bilhetes eletrónicos, o que também contribuiu para
menores assistências nos estádios do país.
Por L. Cruz
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