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Cultura de Bancada, 18º Número

Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de agosto de 2023

Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de agosto de 2023

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Contemplávamos, embevecidos,

tudo o que ia acontecendo à nossa volta,

que não era pouco... Sem surpresas, o maior

espetáculo ao qual assistiríamos naquela

tarde seria, definitivamente, nas bancadas.

Naquele momento, tudo era alegria,

alegria essa partilhada entre velhos, novos,

mulheres, homens, todos empenhados no

mesmo: apoiar o Lanús. E se mais nada for,

que o futebol continue a ser esse espaço

no qual, durante 90 minutos, mesmo sendo

diferentes, remamos todos para o mesmo

lado.

Entre ritmos mais ou menos

conhecidos, assistimos, extasiados, a

um apoio sem intervalo, sem pausa,

absolutamente frenético, capaz de contagiar

as restantes bancadas do estádio. Ao mesmo

tempo, acontecia algo típico na Argentina:

as crianças, movidas pelo sonho de um dia

estarem no relvado do Néstor Díaz Pérez,

iam jogando (e bem) na parte mais baixa da

bancada.

No relvado, o Lanús, de Cristian

Lema (ex-Benfica), venceu por duas bolas a

uma. O Sarmiento de Junín, que regressou a

casa de “mãos a abanar”, ainda contou com

o contributo de Lisandro López, avançado

com passagem pelo Porto que, aos 40 anos,

continua a fazer golos no país de origem.

Terminado que estava o primeiro

encontro, a expectativa só tinha aumentado.

Estava por vir aquele que seria, com toda a

certeza, um dos dias mais emocionantes na

nossa vida enquanto adeptos de futebol.

Um dia, dois clássicos

Antes de partirmos com destino à

Argentina, tudo foi preparado ao detalhe.

Entre pesquisas e contactos com

os clubes, ficámos a par de tudo o que seria

necessário fazer para termos acesso aos

jogos aos quais queríamos acorrer – tudo

dependeria de datas e horários.

Neste processo, fizemo-nos sócios

de vários clubes por forma a não vermos

qualquer possibilidade gorada. O Rosário

Central e o River Plate foram dois deles,

sendo que aguardávamos ansiosamente as

datas, já que o Rosário defrontaria o Boca no

famoso Gigante de Arroyito, e o River Plate

mediria forças com o Independiente nessa

jornada. Dois grandes “clássicos”, portanto.

Assim que as datas foram reveladas,

cerca de dez dias antes, percebemos que

tínhamos um problema em mãos… o Rosário

defrontaria o Boca às 15h30 de domingo,

23 de abril, ao passo que o River Plate

defrontaria o Independiente a partir das

20h30 do mesmo dia.

299 km (e 3h16 de carro, segundo

o Google Maps) separam Rosário e Buenos

Aires. Estivemos a ponto de abdicar de um dos

desafios, até que descobrimos que, através

de dois voos das Aerolíneas Argentinas, a

aventura seria “fazível”.

Saímos de Buenos Aires bem cedo,

com destino a Rosário. Em menos de uma

hora, aterrámos no Aeropuerto Internacional

Rosario “Islas Malvinas”.

Apanhámos um táxi (que nos

garantiu termos tido sorte por se tratar de

um domingo de manhã tão cedo) que nos

levaria para o centro da cidade, coisa que

acabou por não acontecer quando dei conta

de que, à nossa direita, estava nada mais

nada menos que o estádio Marcelo Alberto

Bielsa, casa do Newell’s Old Boys. Pedimos

para sair precisamente ali (ainda que não

soubéssemos a quanto tempo estávamos

do centro), de forma a visitarmos mais

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