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são tudo menos animadores. André Maia,
autor do texto, começa por referir que, na
última época, a normalidade voltou, visto
ter sido a primeira sem as restrições da
Covid-19. Porém, não voltou com todos os
adeptos. Em comparação com a última época
antes do Covid, a 2018/2019, o número de
adeptos nos estádios portugueses diminuiu
ligeiramente. Ficou um alerta que, apesar de
a queda ser de pequena dimensão, não deixa
de ser um factor alarmante se fizermos uma
comparação com o que ocorre no resto da
Europa.
Ficou também demonstrado que a
Liga Portuguesa é aquela que tem pior taxa
de ocupação nos estádios entre as Top 10 da
UEFA. Este problema encontra-se patente
no Plano de Actividades e Orçamento para
2022/2023 da Liga Portugal que, mais uma
vez, não é atingido, ficando aquém das
previsões deste organismo. Pela sexta vez, a
Liga Portugal falhou nos seus objectivos no que
diz respeito às assistências. Por curiosidade, a
nossa Liga foi aquela com maior percentagem
de jogos após as 20h00, entre as top 20 da
UEFA. Em resposta, Pedro Proença anunciou
mudanças a nível dos horários dos jogos em
dias úteis. Assim, de agora em diante, se for
agendada apenas uma partida, terá de ser
realizada às 18h00 ou 20h15. No caso de
serem marcados dois jogos, no mesmo dia
útil, terão de ser realizados às 18h45 e 20h45.
Mais uma vez, a compreensão do problema é
curta e fica visível que vamos continuar a ter
dificuldade em estar presentes nos estádios,
uma vez que em dias úteis a grande maioria
dos adeptos trabalha. Querem verdadeiras
mudanças? Acabem com o futebol à segundafeira
e tenho a certeza que as estatísticas
serão diferentes.
A queda das assistências teve lugar
nas três competições a cargo da Liga. No
que diz respeito à Taça da Liga, a medida
apresentada para combater o problema
é uma redução do preço dos bilhetes até
50%. Porém, em novembro do ano passado,
soubemos da vontade em alterarem o
formato da competição, que seria jogada
apenas entre os quatro primeiros classificados
da época anterior, e em solo internacional.
Em maio deste ano, soubemos que afinal
passariam a ser oito as equipas em prova –
os primeiros seis classificados da 1ª Liga e os
primeiros dois da 2ª Liga. Isto acontece num
momento em que todos sabemos que os
calendários nacionais estarão mais apertados
por consequência da alteração do modelo
da Liga dos Campeões. Algumas ligas já
excluíram a Taça da Liga dos seus calendários,
numa tentativa de proteger os seus clubes e
as suas competições, mas por cá queremos
usar a Taça da Liga como montra do futebol
português no estrangeiro. A pensar na
centralização dos direitos televisivos, Pedro
Proença quer internacionalizar a Liga Portugal
para conseguir vender o seu “produto”, nem
que para isso tenha que tirar aos adeptos
portugueses a oportunidade de celebrar ao
vivo a vitória do seu clube. Nunca olhei com
bons olhos para a Taça da Liga, mas com as
alterações que trazem uma diminuição do
número de clubes em prova e com a vontade
de levarem a final para o fora do nosso país,
é talvez a gota de água que faltava para
ponderar a minha ausência nesta competição,
por tudo de errado que ela representa.
Será que as pérolas da Liga ficam
por aqui? Lamento, mas não ficam. Após
terem promovido a ideia que, durante este
mandato de Pedro Proença, querem colocar
o adepto como eixo central do espectáculo
desportivo, vieram a público as primeiras
linhas de como isso se irá desenvolver. Em
primeiro lugar, arranjaram um acordo de
naming sponsor com a Betclic, para aproximar
a Liga dos adeptos; e, em segundo lugar,
falaram da criação de uma bola, com design
próprio, que criará uma ligação afectiva com
os adeptos. O terceiro passo também já foi
adiantado: continuar a trabalhar com marcas
de referência que impulsionarão a relação
com os adeptos.
Está à vista que a nova época trará
um denominador comum para quem ama e