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Cultura de Bancada, 18º Número

Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de agosto de 2023

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são tudo menos animadores. André Maia,

autor do texto, começa por referir que, na

última época, a normalidade voltou, visto

ter sido a primeira sem as restrições da

Covid-19. Porém, não voltou com todos os

adeptos. Em comparação com a última época

antes do Covid, a 2018/2019, o número de

adeptos nos estádios portugueses diminuiu

ligeiramente. Ficou um alerta que, apesar de

a queda ser de pequena dimensão, não deixa

de ser um factor alarmante se fizermos uma

comparação com o que ocorre no resto da

Europa.

Ficou também demonstrado que a

Liga Portuguesa é aquela que tem pior taxa

de ocupação nos estádios entre as Top 10 da

UEFA. Este problema encontra-se patente

no Plano de Actividades e Orçamento para

2022/2023 da Liga Portugal que, mais uma

vez, não é atingido, ficando aquém das

previsões deste organismo. Pela sexta vez, a

Liga Portugal falhou nos seus objectivos no que

diz respeito às assistências. Por curiosidade, a

nossa Liga foi aquela com maior percentagem

de jogos após as 20h00, entre as top 20 da

UEFA. Em resposta, Pedro Proença anunciou

mudanças a nível dos horários dos jogos em

dias úteis. Assim, de agora em diante, se for

agendada apenas uma partida, terá de ser

realizada às 18h00 ou 20h15. No caso de

serem marcados dois jogos, no mesmo dia

útil, terão de ser realizados às 18h45 e 20h45.

Mais uma vez, a compreensão do problema é

curta e fica visível que vamos continuar a ter

dificuldade em estar presentes nos estádios,

uma vez que em dias úteis a grande maioria

dos adeptos trabalha. Querem verdadeiras

mudanças? Acabem com o futebol à segundafeira

e tenho a certeza que as estatísticas

serão diferentes.

A queda das assistências teve lugar

nas três competições a cargo da Liga. No

que diz respeito à Taça da Liga, a medida

apresentada para combater o problema

é uma redução do preço dos bilhetes até

50%. Porém, em novembro do ano passado,

soubemos da vontade em alterarem o

formato da competição, que seria jogada

apenas entre os quatro primeiros classificados

da época anterior, e em solo internacional.

Em maio deste ano, soubemos que afinal

passariam a ser oito as equipas em prova –

os primeiros seis classificados da 1ª Liga e os

primeiros dois da 2ª Liga. Isto acontece num

momento em que todos sabemos que os

calendários nacionais estarão mais apertados

por consequência da alteração do modelo

da Liga dos Campeões. Algumas ligas já

excluíram a Taça da Liga dos seus calendários,

numa tentativa de proteger os seus clubes e

as suas competições, mas por cá queremos

usar a Taça da Liga como montra do futebol

português no estrangeiro. A pensar na

centralização dos direitos televisivos, Pedro

Proença quer internacionalizar a Liga Portugal

para conseguir vender o seu “produto”, nem

que para isso tenha que tirar aos adeptos

portugueses a oportunidade de celebrar ao

vivo a vitória do seu clube. Nunca olhei com

bons olhos para a Taça da Liga, mas com as

alterações que trazem uma diminuição do

número de clubes em prova e com a vontade

de levarem a final para o fora do nosso país,

é talvez a gota de água que faltava para

ponderar a minha ausência nesta competição,

por tudo de errado que ela representa.

Será que as pérolas da Liga ficam

por aqui? Lamento, mas não ficam. Após

terem promovido a ideia que, durante este

mandato de Pedro Proença, querem colocar

o adepto como eixo central do espectáculo

desportivo, vieram a público as primeiras

linhas de como isso se irá desenvolver. Em

primeiro lugar, arranjaram um acordo de

naming sponsor com a Betclic, para aproximar

a Liga dos adeptos; e, em segundo lugar,

falaram da criação de uma bola, com design

próprio, que criará uma ligação afectiva com

os adeptos. O terceiro passo também já foi

adiantado: continuar a trabalhar com marcas

de referência que impulsionarão a relação

com os adeptos.

Está à vista que a nova época trará

um denominador comum para quem ama e

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