Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
uma simples presença num evento.
Pensemos - quantas vezes algum
dos nossos Governantes nos pediu desculpa,
e de seguida nos convidou para fazer parte de
Comités? Fica a reflexão. Só temos de dar os
parabéns a quem quer dar o bom exemplo,
porque ele vem, inevitavelmente, de cima. Já
se sabe o que se diz da mulher de César....
Para este painel inaugural, foi ainda
oradora Debbie Hewitt, a primeira mulher
presidente da Federação Inglesa de Futebol,
que nos brindou com um nível estrondoso
de conhecimento e empatia, que cativou
a plateia. Ronan Evain, CEO da FSE, e Kevin
Miles, CEO da FSA, compuseram este painel,
que acabou por ser o aperitivo chave para os
dias que se avizinhavam.
De assinalar ainda a presença
de diversas instituições relevantes – todas
elas enviaram delegados para se fazerem
representar no meio dos adeptos ao longo
dos dias – European Leagues, FIFPRO, UEFA e
diversas Federações de Futebol.
O primeiro plenário abordou o
projecto “Fans for Diversity”, em que foram
apresentados vários casos de sucesso,
onde os próprios adeptos se dedicam a
causas de enorme impacto social e fazem
efectivamente a diferença na vida de outros
– mais carenciados, mais desfavorecidos -
abandonados pelas instituições, e acolhidos e
integrados por adeptos.
Já os workshops que decorreram
ao longo do Congresso, denotam claramente
que o panorama dos adeptos é bem diferente
de país para país. Enquanto nós aqui ainda
tentamos que as instituições entendam
que a liberdade de expressão não deve ser
condicionada por vestirmos a camisola de um
clube, ou que não pode haver diferença de
tratamento dependendo do lugar onde nos
escolhemos sentar num estádio, há quem
comece a trabalhar temas como a ecologia e
sustentabilidade, os vários modelos de “fan
owned clubs” e casos de sucesso, o impacto
das transmissões televisivas nas bancadas,
sustentabilidade financeira (e os casos de
clubes em crise), ou os casos de detenção de
vários clubes por investidores (não fosse o
local do Congresso mesmo ao lado do Etihad
Stadium).
Igualmente interessante foi
também uma conversa com o antigo jogador
inglês Gary Neville, conhecido pelas suas
opiniões vincadas, e que foi uma das vozes
mais duras contra a Super Liga, e agora,
recentemente, contra a venda de jogadores
para clubes do Médio Oriente. O Ministro do
desporto inglês marcou também presença e
falou para os adeptos – algo que, em países
como o nosso, era provavelmente impossível
de acontecer.
Este Congresso foi ainda marcado
pela Assembleia Geral tanto da FSA como da
FSE – no caso da FSE, com direito a eleições
para o seu Conselho de Administração.
Este foi um dos momentos mais
emotivos e onde mais uma vez se sublinhou
o clima de mudança na FSE – Michael
Gabriel, adepto do Eintracht Frankfurt,
membro fundador da FSE e responsável
desde sempre pelas Fans Embassies, retirase
do seu cargo, e o mesmo acontece com
Kevin Miles, adepto do Newcastle, que por
sua vez não se recandidata, tornando a sua
saída deste órgão especialmente simbólica,
por acontecer no seu próprio país. Assim, são
eleitos três membros novos para o Conselho
de Administração: Joe White, adepto do
Arsenal; Katrina Law, do Totenham Hotspur; e
Trond Larsen, do clube norueguês Vålerenga.
A representação portuguesa manteve-se,
tendo ido igualmente a votos.
7