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Cultura de Bancada, 18º Número

Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de agosto de 2023

Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de agosto de 2023

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uma simples presença num evento.

Pensemos - quantas vezes algum

dos nossos Governantes nos pediu desculpa,

e de seguida nos convidou para fazer parte de

Comités? Fica a reflexão. Só temos de dar os

parabéns a quem quer dar o bom exemplo,

porque ele vem, inevitavelmente, de cima. Já

se sabe o que se diz da mulher de César....

Para este painel inaugural, foi ainda

oradora Debbie Hewitt, a primeira mulher

presidente da Federação Inglesa de Futebol,

que nos brindou com um nível estrondoso

de conhecimento e empatia, que cativou

a plateia. Ronan Evain, CEO da FSE, e Kevin

Miles, CEO da FSA, compuseram este painel,

que acabou por ser o aperitivo chave para os

dias que se avizinhavam.

De assinalar ainda a presença

de diversas instituições relevantes – todas

elas enviaram delegados para se fazerem

representar no meio dos adeptos ao longo

dos dias – European Leagues, FIFPRO, UEFA e

diversas Federações de Futebol.

O primeiro plenário abordou o

projecto “Fans for Diversity”, em que foram

apresentados vários casos de sucesso,

onde os próprios adeptos se dedicam a

causas de enorme impacto social e fazem

efectivamente a diferença na vida de outros

– mais carenciados, mais desfavorecidos -

abandonados pelas instituições, e acolhidos e

integrados por adeptos.

Já os workshops que decorreram

ao longo do Congresso, denotam claramente

que o panorama dos adeptos é bem diferente

de país para país. Enquanto nós aqui ainda

tentamos que as instituições entendam

que a liberdade de expressão não deve ser

condicionada por vestirmos a camisola de um

clube, ou que não pode haver diferença de

tratamento dependendo do lugar onde nos

escolhemos sentar num estádio, há quem

comece a trabalhar temas como a ecologia e

sustentabilidade, os vários modelos de “fan

owned clubs” e casos de sucesso, o impacto

das transmissões televisivas nas bancadas,

sustentabilidade financeira (e os casos de

clubes em crise), ou os casos de detenção de

vários clubes por investidores (não fosse o

local do Congresso mesmo ao lado do Etihad

Stadium).

Igualmente interessante foi

também uma conversa com o antigo jogador

inglês Gary Neville, conhecido pelas suas

opiniões vincadas, e que foi uma das vozes

mais duras contra a Super Liga, e agora,

recentemente, contra a venda de jogadores

para clubes do Médio Oriente. O Ministro do

desporto inglês marcou também presença e

falou para os adeptos – algo que, em países

como o nosso, era provavelmente impossível

de acontecer.

Este Congresso foi ainda marcado

pela Assembleia Geral tanto da FSA como da

FSE – no caso da FSE, com direito a eleições

para o seu Conselho de Administração.

Este foi um dos momentos mais

emotivos e onde mais uma vez se sublinhou

o clima de mudança na FSE – Michael

Gabriel, adepto do Eintracht Frankfurt,

membro fundador da FSE e responsável

desde sempre pelas Fans Embassies, retirase

do seu cargo, e o mesmo acontece com

Kevin Miles, adepto do Newcastle, que por

sua vez não se recandidata, tornando a sua

saída deste órgão especialmente simbólica,

por acontecer no seu próprio país. Assim, são

eleitos três membros novos para o Conselho

de Administração: Joe White, adepto do

Arsenal; Katrina Law, do Totenham Hotspur; e

Trond Larsen, do clube norueguês Vålerenga.

A representação portuguesa manteve-se,

tendo ido igualmente a votos.

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