Cultura de Bancada, 20º Número
Cultura de Bancada, 20º número, lançado a 12 de dezembro de 2023
Cultura de Bancada, 20º número, lançado a 12 de dezembro de 2023
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como se da telenovela da noite se tratasse,
mas para o adepto fidelizado, consciente
e militante, o ritmo do futebol negócio
configura-se como uma verdadeira tortura.
Para aqueles que insistem em estar presentes
em todos os encontros do seu clube do
coração, que vivem esse emblema de forma
associativa e o olham como verdadeiramente
seu, esta alteração não produz nada de
bom. Serão mais dois jogos num calendário
já sobrelotado e, muito provavelmente, os
sorteios serão realizados bem mais próximos
da data dos encontros, o que necessariamente
fará disparar o montante gasto nestas viagens
continentais.
A verdade é que estas alterações
parecem não ser suficientes para satisfazer
a gula dos mais poderosos, e o projecto
da SuperLiga voltou à baila, ainda que
em moldes ligeiramente diferentes. A
empresa A22, com o apoio do Real Madrid,
Barcelona e Juventus, veio anunciar a
intenção de relançar a competição, desta vez
apresentando a intenção de incluir 60 a 80
equipas, todas apuradas com base no mérito
desportivo. A lição que a UEFA deveria extrair
é que não é fazendo mais e mais concessões
aos tubarões que vai conseguir saciar o seu
apetite infinito por receitas. Os homens que
lideram estes clubes, tal como os que gerem
as multinacionais que “comandam” o leme
da economia mundial, norteiam-se pelos
valores capitalistas que concentram todos os
esforços e recursos num crescimento infinito,
desprezando os interesses das camadas
populares e da grande fatia da população.
A bola está agora na mão dos aficionados,
pois reside neles a última esperança para
travar este rumo destrutivo que o futebol
tem tomado. O apelo é bem claro: tomem
consciência, unam-se e mobilizem-se porque,
se não o fizerem, nenhum Sebastião nos virá
salvar!
Por J. Sousa
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