Cultura de Bancada, 20º Número
Cultura de Bancada, 20º número, lançado a 12 de dezembro de 2023
Cultura de Bancada, 20º número, lançado a 12 de dezembro de 2023
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exemplo deve partir obrigatoriamente destes.
É certo que as fases da vida mudam e, com
isso, muitas outras coisas se transformam,
seja em contexto familiar ou profissional, mas
não diminui a responsabilidade de fazermos
o que está ao nosso alcance para ajudar e
representar o nosso grupo na medida que é
possível. Contudo, na dimensão portuguesa
da Cultura Ultra, é comum ver os mais antigos
a passarem de SER para ESTAR quando não
abandonam o grupo. Quem nunca ouviu
a expressão “já não tenho idade/vida para
isso”? Facilmente percebem que não me
refiro a uma questão de sentimento. Este SER
é objectivamente uma questão de activismo
e, para mim, a par do reconhecimento da
história, este é um dos aspectos que devemos
valorizar. A militância Ultra pressupõe este
compromisso.
No nosso país, é muito comum ver o
pessoal dos grupos a encontrar no estrangeiro
as suas referências de bancada. Certamente,
não sou o único a sentir que entre os ultras
portugueses existe uma opinião que coloca
os grupos de alguns países num patamar
acima dos nossos. Era bom procurar perceber
porquê, para que o movimento português
também consiga subir o nível. Penso que
a resposta assenta essencialmente em
três factores: a organização, o sentido
de orientação e os membros. Explicando
minimamente cada um dos factores
mencionados, posso dizer que a organização
é preponderante para o bom funcionamento
e desenvolvimento do grupo, o sentido de
orientação define os valores e a identidade e,
por fim, os membros são a materialização do
grupo. Tudo se centra nas pessoas e no que
eles são, querem e fazem. Está aí a condição
que nos pode levar a patamares maiores, e
é também onde se encontra a necessidade
de pôr em causa o papel de cada um de nós
nos nossos próprios grupos. Seja por motivos
culturais, geracionais ou sociais, o povo está
demasiado acomodado - incluindo os Ultras.
Precisamos de contrariar essa tendência e
para isso temos que sair do conforto e colocar
o nosso papel em questão.
Não escondo que este texto foi
um desafio. Para passar a minha visão deste
tema tive de dar algumas “voltas”, sob pena
de desvirtuar a minha intenção ao redigir
este texto. Reitero que o objectivo não foi
criar avaliações entre os Ultras, apenas
contribuir para a reflexão do que somos e o
que queremos para os nossos grupos. Façam
a vossa parte.
Por J. Lobo
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