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Cultura de Bancada, 20º Número

Cultura de Bancada, 20º número, lançado a 12 de dezembro de 2023

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orçamento 3 vezes inferior a um clube

que acabou de subir da Liga 3, mas é esta

a realidade. A folga financeira que estes

investidores trazem aos clubes fazem com

que jogadores de segunda, tenham salários

de primeira. E o Paços não consegue

acompanhar. Haverão sempre excepções, é

certo. Não esqueçamos que conquistamos

o terceiro lugar na primeira liga com um

dos orçamentos mais baixos de toda a

competição. Mas nos dias que correm, as

exigência do futebol moderno ditam que

clubes como o Paços precisam de aliar a

competência e o rigor a muita sorte para

conseguir estar no topo do futebol nacional.

E foi por isso que os sócios do

clube foram chamados a refletir sobre o

rumo que devemos tomar. Numa altura em

que estamos próximos de ser o único clube

fechado a capital externo, será que estamos

a tomar a decisão correta? Estaremos nós

certos e tudo o resto errado?

Na cabeça de muitos sócios do

Paços paira o fantasma das SADs falhadas.

Dos escândalos que levaram clubes históricos

a afundar-se. E talvez isso torne ainda mais

difícil a aceitação deste modelo de gestão

por parte dos nossos adeptos. É natural e

aceitável o seu ceticismo. Porque havemos de

tentar algo em que as histórias negativas são

mais do que as positivas? Porque havemos de

experimentar isso se no modelo atual temos

até conseguido ir a competições europeias?

A verdade é que o presente dá

sinais claros de que algo tem de ser feito. A

incapacidade de atrair talento por ausência

de argumentos financeiros começa a ser

preocupante. A dificuldade em segurar os

melhores ativos retira-nos força. E num clube

onde as receitas extraordinárias relacionadas

com as vendas são fundamentais para o

equilíbrio das contas, isto torna-se ainda

mais dramático porque se revela uma bola

de neve: sem vendas extraordinárias não

há melhorias de infraestruturas, não há

melhores condições para a formação, etc, etc.

É pois perante este cenário que os

sócios precisam tomar uma decisão: manter

tudo igual ou mudar?

Pessoalmente sempre fui contra

as SADs e mantenho essa posição. Não

me parece que o modelo de SAD pura e

dura seja o que o Paços precisa. Contudo,

o novo modelo de sociedade desportiva

recentemente criado - SDQ - parece-me ser

algo que se possa considerar. Desde logo

por aquilo que a lei impõe na criação deste

novo tipo de sociedade e que protege o

clube fundador. Neste novo modelo seria

impossível acontecer a aberração a que

assistimos em Vila Franca de Xira este verão.

Neste novo modelo, o grande desafio passa

por a direção do clube conseguir encontrar

algum investidor/parceiro com vontade

de se aliar ao clube mesmo com todos os

condicionalismos impostos pela nova lei.

Independentemente do que

venha a acontecer, o facto é que os sócios

serão soberanos e a sua vontade deverá

ser respeitada. Só desejo que essa vontade

signifique um Paços mais forte no futuro, seja

qual for o modelo de gestão.

Por Rui Abreu

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