12.12.2023 Views

Cultura de Bancada, 20º Número

Cultura de Bancada, 20º número, lançado a 12 de dezembro de 2023

Cultura de Bancada, 20º número, lançado a 12 de dezembro de 2023

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

72

A bancada do grupo era a sul, ou seja, atrás de

uma das balizas. As bancadas estavam muito

bem preenchidas para o início da partida,

tendo a assistência ficado acima dos 11 mil

espectadores, num recinto com lotação para

menos de 17 mil. Iam-se colorindo entre o azul

e o branco, com a particularidade de grande

parte do público estar de boné branco, uma

vez que estavam a ser distribuídos à entrada.

Destaque, também, para muitos adeptos de

várias bancadas apresentarem pequenos

cartazes com a imagem do seu treinador, José

Bordalás, figura muito acarinhada por lá.

Estava um calor monumental, e

três das quatro bancadas eram descobertas

(incluindo aquela em que eu fiquei) e o sol

incidia sem piedade. Nem uma brisa soprava e

era quase impossível estar sequer de camisola

vestida. As várias dezenas de elementos dos

Comandos iam preenchendo a parte inferior

central dessa bancada e, um pouco acima,

juntavam-se muitos jovens de camisola

do Getafe. Também tive oportunidade de

ver um grupo chamado “Cachorros” que,

segundo entendi, não adoptava o estilo

do movimento ultra, mas sim algo mais à

imagem de uma típica “peña”. Confirmava-se

a ideia que já tinha dos espanhóis. Os grupos

são relativamente pequenos e restritos,

acabando por ter uma percentagem muito

mais reduzida que em Portugal no que toca

à quantidade representada num estádio em

relação à assistência total, mas conseguem

firmar bem o seu respeito e comandar as

operações e qualquer ritmo ou cântico. Do

lado visitante, como seria expectável, eram

muito poucos os simpatizantes presentes do

Villarreal.

A partida foi de sentido único,

com o Getafe praticamente sempre por

cima, sendo que a meio da primeira parte

os forasteiros ficaram reduzidos a menos um

jogador. Curiosamente, depois disso, a veia

atacante da formação da casa até decresceu

um pouco. Ainda assim, apesar das várias

tentativas, não houve qualquer golo. O

apoio não foi mau, com os cânticos simples

e típicos do que estamos habituados a ouvir

no mundo ultra espanhol. Reforço que o calor

era claramente uma condicionante, e era

difícil ter capacidade e resistência de estarem

sem esmorecer em ritmos mais eufóricos. O

público que estava sentado acompanhava

apenas nos cânticos mais fáceis e “populares”,

principalmente depois dos lances de perigo.

Convém referir que, perto dos 90 minutos,

já iam saindo alguns adeptos, especialmente

da bancada nascente, originando algumas

“bocas” de quem estava junto a mim,

fazendo questão de gritar que estavam mais

preocupados em sair mais cedo para verem

o Real Madrid [iam jogar em Girona pouco

depois daquele encontro terminar].

Tive novamente curiosidade em

reparar no comportamento das forças de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!