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Cultura de Bancada, 20º Número

Cultura de Bancada, 20º número, lançado a 12 de dezembro de 2023

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gente de renome no sector piscatório, apelando à comparticipação e sacrifício do seu povo para

financiarem as despesas. Há então um acordo entre os mestres do mar, numa altura em que o

peixe abundava, em que havia cerca de 150 traineiras em actividade e a indústria conserveira

continuava a prosperar. O acordo consistia em doar ao clube um tostão em cada cabaz vendido,

não havendo limites de captura e cada traineira podendo apanhar num dia entre 800 a 1 000

cabazes. Multiplicando o valor de 800 cabazes/dia por metade dos dias de um ano, o valor

ultrapassa 7 300€, algo muito mais valioso à época. Juntando a isto o facto de diversas drogarias

doarem materiais de construção, de empreiteiros e trabalhadores comuns se juntarem à causa

pro bono, a concretização da obra deu-se a 1 de Janeiro de 1964. Os pescadores tinham ainda

o desiderato e tradição de serem associados do clube, o qual disponibilizou uma categoria de

associado própria à classe, sendo reduzida a quota em relação ao sócio comum.

Quanto às bancadas, o Leixões já enchia o Campo de Santana com milhares de apoiantes,

que até em cima de telhados de casas viam os jogos. Eram os tempos em que se faziam chapéus

de papel ao estilo chinês e em que os mais novos pediam aos adultos para entrarem de mão dada

para poderem assistir às partidas. Em comparação à actualidade o ambiente era mais fervoroso,

havendo menos contestação interna devido à união. Os primeiros registos que encontramos de

deslocações a terrenos adversários datam de 1953, quando um grupo de adeptos organizou um

comboio especial para irem a Chaves, de 1954, quando 2 000 matosinhenses viajaram até Viseu

(para surpresa do viseenses, registando-se ainda uma deslocação a Barcelos nesse ano) e de

1959, quando foram organizados comboios especiais e autocarros para levarem centenas de

adeptos a Santo Tirso, com mulheres e crianças a acompanharem figuras predominantemente

masculinas. O apoio vocal não era organizado, surgindo de forma espontânea, baseando-se em

palavras de incentivo e no nome do clube, como também do uso de bandeiras, que naturalmente

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