Cultura de Bancada, 20º Número
Cultura de Bancada, 20º número, lançado a 12 de dezembro de 2023
Cultura de Bancada, 20º número, lançado a 12 de dezembro de 2023
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pessoas, mas o aspeto mais gratificante são
as fortes ligações que criamos uns com outras
pessoas ao longo dos anos. Podemos dizer
com confiança que não teríamos conhecido
ou estabelecido contacto com muitas destas
pessoas se não fosse o projecto.
que se mantêm fiéis à “velha forma” de
acções mais discretas, revelando-as apenas
depois do facto consumado - esse é o aspeto
romântico.
Um aspeto positivo é que, hoje em dia, é
possível ver facilmente as fotografias de um
determinado jogo quase em tempo real.
Lembro-me dos dias em que tinha de esperar
que alguém partilhasse uma fotografia de um
jogo, por vezes durante dias.
Sentem que o vosso trabalho é devidamente
reconhecido pelos outros adeptos?
Olha, por muito que gostemos de fazer isto,
se não houvesse interesse e feedback dos
nossos seguidores teríamos acabado por
parar. Claro que há quem nos veja apenas
como mais um site, mas também temos
um núcleo muito fiel de seguidores que nos
acompanham há anos. Agradecemos-lhes
sinceramente por confiarem em nós para
lhes fornecermos informações e multimédia
exactas e genuínas.
Surgiram novas plataformas que
transformaram a divulgação de informação
entre os adeptos organizados. Acreditam que
a busca pelo protagonismo instantâneo pode
ser prejudicial para o movimento ou acham
que traz algo positivo? É preciso ter critério
no que é publicado?
Como em tudo, há aspectos positivos e
negativos, dependendo de como é utilizado.
Pessoalmente, o que me deixa uma
impressão negativa é a parte hooligan destas
“reportagens”. Hoje em dia, é frequente ver
grupos de jovens a publicar coisas como
“estamos aqui, à procura de X, mas não
apareceram”, como se estivessem a tentar
documentar todos os momentos para
construírem uma imagem para si próprios.
No entanto, esta abordagem não funciona.
Felizmente, ainda há muitos grupos sérios
Consideram que os diferentes agentes
desportivos, governos e autoridades de
segurança têm uma verdadeira compreensão
do fenómeno cultural que são os adeptos em
geral e os ultras em particular?
Não, esse tipo de pessoas vêem-nos como um
problema. Não querem saber do nosso amor
por um determinado clube, dão prioridade
aos negócios. Tudo o que vêem é alguém que
pode interferir com a sua agenda. Aproveitam
qualquer oportunidade conveniente para
proibir a entrada de indivíduos ou mesmo
de grupos inteiros nos estádios. Assistimos
a isto com os Ultras Sur (Real Madrid) e,
infelizmente, é um padrão com muitos outros.
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