Brasil Novo, Placas, Uruará e Pacajá, chega a 317.472 habitantes e 350 famílias deribeirinhos que vivem nas RESEX do Rio Iriri, Riozinho do Anfrísio, Verde paraSempre e Médio Xingu. E mais 21 comunidades quilombolas (ELETROBRÁS, 2009).1.8. OS MUNICÍPIOS ATINGIDOS PELA CONSTRUÇÃO DA BARRAGEMOs municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Gurupá, Medicilândia, Pacajá,Placas, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Uruará e Vitória do Xingu foram osmunicípios definidos pela Eletrobrás como a área de abrangência da UHE BeloMonte, locais que contam com floresta de terra firme e floresta de várzea. Nestascidades, como afirmamos anteriormente, muitas surgiram após a construção daestrada e mais de 300 mil pessoas vivem nestes locais. Altamira é o maior centrourbano local, e conta com aproximadamente 100 mil habitantes (IBGE, 2009).Figura 02 – Localização da UHE Belo Monte.Fonte: Instituo Socioambiental, 2011.Nos últimos 30 anos, Belo Monte é sem dúvida um dos projetos hidrelétricosmais discutidos no Brasil. Além, de um forte movimento pró e contra sua execução,resultou em inúmeras teses de doutorado, dissertações de mestrado, artigoscientíficos etc.. Nesse longo processo de debate, vários movimentos sociais sefortaleceram e outros surgiram. Esses movimentos representativos de categoriassociais até então discriminadas e negadas em sua condição de cidadania, tais como11
as mulheres, índios, ribeirinhos, etc., se constituíram ao longo dessa discussão emsujeitos de direitos.Relembrando alguns momentos importantes deste debate, tomaremos comomarco de representação simbólica de contestação, o ato da índia Tuira, passando ofacão no rosto, naquele momento, do então representante da Eletronorte, no IEncontro dos Povos Indígenas do Xingu, em 1989. Foi graças a ação dos Kaiapósque o Banco Mundial - BIRD retirou qualquer apoio financeiro a novas usinas naAmazônia. O projeto antes intitulado Cararaô mudou de nome para Belo Monte.Nesses trinta anos de discussão, formaram-se grupos afinados e orientadospor interesses diferenciados. Em Altamira, esses interesses diversos, sãoconstantemente disputados no espaço público em forma de passeatas, audiênciaspúblicas, eventos que procuram evidenciar, ou os aspectos positivos na construçãoda barragem, ou o lado destrutivo deste empreendimento. Neste cenário deconfronto, resgatamos a atuação dos grupos indígenas e a representação social queestes têm sobre esta barragem, como uma ameaça ao seu modo vida.As representações sociais expressam formas de visões do mundo que têmpor objetivo explicar e dar sentido aos fenômenos. Esses sentidos se manifestamem ações especialmente aquelas evidenciadas no espaço público, que porexcelência e o local do jogo político, portanto, lugar privilegiado das representaçõessociais.Em 2008, outro evento ocorrido em Altamira, traduz muito bem como oespaço público é o lugar privilegiado das manifestações e representações deinteresses. O interlocutor da Eletrobrás em Altamira foi ferido a facão por ÍndiosKaiapós no ginásio onde ocorria o “Encontro Xingu Vivo para Sempre”. A reaçãolocal e da imprensa nacional e internacional, apontou este ato como de extremaselvageria, alguns justificando inclusive que a construção da barragem traria amodernidade, o progresso e relações mais civilizadas.Estes fatos mostram a reação dos movimentos sociais, a um projeto que portrinta anos vem sendo debatido. O temor, as dúvidas em relação a esteempreendimento se justificam diante das formas históricas de ocupação eintervenções já relatadas.A construção da Hidrelétrica de Belo Monte, trará muitas mudanças,modificará a geografia do lugar, várias comunidades serão removidas. As cidadesentorno da barragem receberão um contingente humano a que não estão12
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