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Relatório Analítico

Transamazônica - PA - SIT - Ministério do Desenvolvimento Agrário

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participação comunitária: criou-se associações de moradores, bairros, centroscomunitários, regulamentações e formas de controle na apropriação de recursosescassos, especificamente a pesca dos lagos em determinados períodos do ano.Neste período questiona-se a noção de ocupação procurando entender ascaracterísticas das sociedades locais e sua sociabilidade, sob outra expectativa,mas ainda presa ao exótico, ou da natureza intocada (DIEGUES, 1999). ParaDiegues, esta forma de pensar a natureza, se caracteriza por manter as áreaspreservadas, removendo as populações, ou no máximo permitindo que elasconservem faixas de entorno. Essa é uma das críticas dos ambientalistas sociaisaos conservacionistas clássicos. A critica de Diegues dirige-se à muitos dessesprojetos que não consideram a diversidade cultural das populações com suasespecificações e relações com os recursos naturais.Enfatizaremos a seguir a ocupação no Território da Transamazônica e comoao longo da estrada se formaram núcleos de povoamento, marcando uma civilizaçãona beira da estrada.1.2. A CONSTRUÇÃO DA TRANSAMAZÔNICA E A FORMAÇÃO DE UM NOVOPOVOAMANETO A “BEIRA DA ESTRADA”Para o Regime Militar, a Amazônia era um espaço geopolítico importante,contudo desprovido de organização social, com um povo nômade e sem lei. Ogeneral Golbery do Couto e Silva, eminente estrategista militar traduziu muito bemeste pensamento preconceituoso, no livro “Geopolítica do Brasil”, de 1955. Nestelivro são estabelecidas tipologias geográficas de polos estratégicos brasileiros ediscutidas, com base em preceitos geopolíticos internacionais, as maneiras pelasquais o país devia se defender de possíveis invasões de estrangeiros, comunistas e“homens sem lei”.No arco a Noroeste distendido, de Corumbá – ou mesmo mais ao Sul – atéa comarca distante do Amapá, pelos territórios do Guaporé (Rondônia) e doAcre, todo o ocidente amazônico do Juruá, do Javari, do Japurá e doUapés, Rio Branco e a província guianense, sucedem-se as “marcas” semidesertas,instáveis ainda, quase de todo abandonadas, abertas apenetrações de grupos sem bandeira definida e a correrias de nômadessem lei e onde, em torno de um arremedo de organização política poucoadequada, e um rudimentar sistema de guarnições militares tão esparsascomo débeis, se cristalizam nódulos de população ativa, desprevenidosinteiramente do grande, do enorme, do vital papel que de fato lhes incumbe,2

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