e incumbirá por longo tempo, de colônias de povoamento pioneiro, mas,igualmente, de postos dinâmicos e agrestes de defesa (SILVA, 1955).Com esta estratégia o governo militar esperava consolidar a colonização dasterras no Norte brasileiro, ligando por estradas o Norte ao Nordeste do país. Asformas de ocupação previam também a instalação de grandes empresas.No dia 27 de agosto de 1972, o governo militar, preparou uma grandesolenidade no meio da floresta amazônica, algo que marcasse a história do país. Namanhã daquele dia, o presidente da República, o general Emílio Garrastazu Médici,iniciaria a ligação por estrada do Norte ao Nordeste, inaugurando a RodoviaTransamazônica ou BR 230. A estrada foi traçada saindo de Pernambuco eParaíba, depois, passaria por Maranhão, Tocantins, Pará, Amazonas e chegaria atéBoqueirão da Esperança, na fronteira do Acre com o Peru. A estrada havia sidoprojetada para integrar a Amazônia as outras regiões do país, oferecendo “terrassem homens a homens sem terra”. A intenção era ligar todo o País e chegar aosportos do Oceano Pacífico, num percurso de 8.100 quilômetros. Com a estrada, ogoverno pretendia também colonizar toda a Amazônia para garantir a soberanianacional. O objetivo era instalar ao longo da Transamazônica, dez mil famílias até1974, assentando principalmente famílias nordestinas pobres, com um “suporte” defamílias oriundas do Sul do Brasil, presumidamente, consideradas pela tradiçãoagrícola e recursos tecnológicos apropriados para “ensinar” agricultores do nordestecom pouca ou nenhuma experiência no trato com a terra. Pretendia-se assim,transferir a tecnologia das famílias oriundas do Sul para os nordestinos.Figura 01 - A extensão da Rodovia Transamazônica.Fonte: Silva (2009).3
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-INCRA foi o órgãoencarregado de implantar ao longo da rodovia, três Projetos Integrados deColonização - PIC: Marabá, Altamira e Itaituba. O módulo de cada lote era de 100ha.Este faraônico projeto do governo militar, acabou não saindo integralmentedo papel. Somente um trecho ligando Aguiarnópolis (TO) a Lábrea (AM) foiconstruído e, mesmo assim, o tráfego fluiu apenas durante uma época do ano. Hoje,a Transamazônica tem aproximadamente 2.500 quilômetros, pouco mais de umquarto do previsto.Dentro da mesma estratégia, Médici idealizou também a construção daCuiabá-Santarém (BR-163), de Manaus-Porto Velho (BR-319), da Perimetral Norte(que deveria ligar Macapá com Manaus e que nunca foi terminada) e, mais tarde, apavimentação da Belém-Brasília (BR-010) e do Pará-Maranhão (BR-316). Aoinaugurar a Transamazônica numa clareira a 8 km de Altamira, Médici, esperavaatenuar o conflito social e reafirmar os slogans do "Brasil grande" e do "milagreeconômico". O resultado foi o milagre do crescimento da dívida externa e mais umaferida profunda, ecológica e social para o território.1.3. AS MUDANÇAS SOCIAIS E ECONÔMICASAtraídos pela propaganda do Governo Militar, milhares de famílias de todo opaís, principalmente do Nordeste, deixaram tudo para trás e partiram para aaventura de ocupar o espaço amazônico, desenvolver uma nova base produtiva elivrar-se da seca nordestina. Muitas abandonaram a área quatro ou cinco anosdepois, quando o governo desistiu do projeto. Outras persistiram. As consequênciasdesta implantação foram o esgotamento de recursos naturais, assim como aspopulações locais, especialmente as indígenas, sofreram um impacto em suasformas de viver e se organizar. Um exemplo do desastre ecológico gerado pelaconstrução da estrada deu-se no trecho que hoje liga as cidades de Altamira aItaituba, no Estado do Pará. A estrada passou a poucos quilômetros de uma dasgrandes aldeias onde vários subgrupos Arara se reuniam no período de estiagem. Aestrada cortou plantações, trilhas e acampamentos de caça tradicionalmenteutilizados pelos índios. O que antes já era considerado um grupo pequeno foi4
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