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La - Herencia

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58<br />

Em primeiro lugar podemos constatar que o<br />

acesso à internet ainda se encontra restrita às<br />

classes mais privilegiadas da sociedade. Nos<br />

países em desenvolvimento, geralmente<br />

apenas uma elite dispõe de acesso à internet.<br />

Desta forma, as chances de desenvolvimento<br />

são mais uma vez limitadas, agravando o ciclo<br />

[1] Uso da internet por região mundial:<br />

"Cisão digital"<br />

Penetração<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

69,70<br />

America do<br />

Norte<br />

53,50<br />

Australia/<br />

Oceania<br />

38,90<br />

Muitos governos já se alertaram sobre a<br />

necessidade da inclusão digital e hoje<br />

promovem programas para disponibilizar a<br />

TIC para as classes menos privilegiadas,<br />

colocando esta tecnologia a serviço do<br />

desenvolvimento.<br />

Contudo temos que nos alertar sobre o fato<br />

de que as novas tecnologias, não são apenas<br />

instrumentos que nos servem, mas que sua<br />

rápida expansão global também surte grandes<br />

impactos socioculturais. O sociólogo <strong>La</strong>ymert<br />

Garcia dos Santos, escreve sobre o avanço<br />

das novas tecnologias: "Ninguém fica de fora,<br />

nem mesmo quem é excluído do processo<br />

por não querer ou não poder participar. E, no<br />

entanto, em nossas relações com a tecnologia<br />

parece prevalecer uma grande ingenuidade:<br />

como se ainda fosse possível considerá-la<br />

apenas quando ela nos serve".<br />

Neste sentido podemos constatar que a mera<br />

disponibilização de tecnologias de<br />

comunicação, necessariamente, não traz<br />

benefícios para o povo. As grandes<br />

corporações da informação digitalizada<br />

vicioso de exclusão social, econômica e<br />

global. A chamada "cisão digital" enquadra-se<br />

num agravante cenário mundial de<br />

desigualdade, não apenas referente ao acesso<br />

à tecnologia, mas em termos de chances para<br />

o indivíduo desenvolver sua potencialidade<br />

[Ilustração 1].<br />

definem o mainstream 2 da informação da<br />

internet, promovendo uma política de tutela<br />

do usuário, levando-o a informações prédigeridas<br />

e incentivando atos de consumo.<br />

Quando falamos da "inclusão digital", temos<br />

que nos perguntar, qual deve ser afinal o<br />

significado disso? Em qual modelo de<br />

desenvolvimento se insere este conceito, em<br />

que tipo de mundo queremos incluir as<br />

pessoas? Eles devem ser inseridos no<br />

"mainstream" da informação? Devem trocar<br />

sua cultura própria por modas globalizadas e<br />

ser transformados em bons consumidores?<br />

Certamente não queremos isso. E para<br />

podermos evitar esta dinâmica precisamos<br />

ter muita clareza dos objetivos nos quais<br />

pretendemos implementar esta tecnologia e<br />

de que forma ela pode nos ajudar. A<br />

tecnologia de comunicação pode contribuir<br />

com o desenvolvimento sustentável na<br />

medida em que ela for usada de forma<br />

consciente, criativa e pro-ativa, em prol da<br />

autodeterminação das pessoas.<br />

O diplomata Austríaco Walter Lichem<br />

2 Mainstream é algo "que faz sucesso", "que está na moda", "que é popular", "vendável" e "comercial". Dependendo muito do contexto.<br />

17,30<br />

Europa America <strong>La</strong>tina/<br />

Caribe<br />

10,70 10,00<br />

3,60<br />

Asia Oriente Medio Africa

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