oto barreto silva - Esab
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A ABRABE avalia que o mercado consumidor de cachaça no Brasil apresenta-<br />
se consolidado, tendendo a uma desaceleração no seu crescimento, o que<br />
estaria associado a uma queda do consumo desta bebida em detrimento do<br />
aumento do consumo da cerveja, bebida preferida pelos brasileiros e,<br />
principalmente, pelos jovens, além do preconceito que atribui o consumo de<br />
cachaça às pessoas de baixa renda (OLIVEIRA et al, 2001). A idéia de que a<br />
cachaça é uma bebida de pessoas de baixa renda e incultas também é<br />
abordada pelo PBDAC (2002), que associa ao surgimento da elite dos barões<br />
do café, por volta de 1850, uma mudança de hábitos de consumo do povo<br />
brasileiro que passa a valorizar apenas o que é europeu, enfatizando-se o<br />
preconceito contra os produtos nacionais. Apesar de não ser valorizada<br />
nacionalmente, na intensidade desejada pela indústria, a cachaça pode ser<br />
comparada aos melhores destilados do mundo, ganhando destaque entre um<br />
público consumidor sofisticado.<br />
O mercado mundial e também o brasileiro atualmente, de melhor poder<br />
aquisitivo, está ávido por produtos denominados “naturais”. A preocupação com<br />
o aquecimento global, a preservação das reservas ecológicas são assuntos<br />
abordados diariamente em todos os ambientes. O produto artesanal tem mais<br />
apelo comercial, permitindo ao micro, pequeno e médio produtor, a chance na<br />
competição com o chamado “produto industrial”, sendo imprescindível para isso<br />
a qualidade de seu produto.<br />
O consumo crescente de cachaça de qualidade e a possibilidade de<br />
exportação estão exigindo que o processo de fabricação de seja baseado em<br />
práticas criteriosamente determinadas para obtenção de um produto mais<br />
padronizado e com qualidade comprovada nos aspectos físico químicos e<br />
sensoriais, seguindo as exigências predeterminadas na legislação. A qualidade<br />
requer conhecimentos científicos e tecnológicos apurados, competência,<br />
sensibilidade e dedicação, para tanto, universidades, principalmente em Minas<br />
Gerais, tem ofertado cursos de graduação e pós-graduação sobre o tema, além<br />
de instituições não governamentais, como a AMPAQ e o CTC (Centro de<br />
Tecnologia da Cachaça), vêm oferecendo formação em operadores de<br />
máquinas para produção de cachaça artesanal de alambique, e em mestre<br />
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