Untitled - Visão Judaica
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Foto: Orlando Kissner/SMCS<br />
16<br />
VISÃO JUDAICA dezembro de 2005 Kislev/Tevet 5766<br />
Um ódio que teima em existir<br />
Daniel Benjamin Barenbein*<br />
e existe uma coisa eterna<br />
neste planeta, já dizia o historiador<br />
Mark Twain, é o judeu.<br />
E isto não foi dito por<br />
conta de qualquer tipo de amor<br />
ou afeição que ele poderia nutrir por<br />
este. Apenas pelo estudo da natureza,<br />
e dos fenômenos que acompanham<br />
a história desta nação. A persistência<br />
em sobreviver contra todas as<br />
possibilidades: perseguidos, convertidos<br />
a força, expulsos e assassinados.<br />
E ainda assim, sempre renascendo<br />
das cinzas e se reconstruindo. Estes<br />
eram — e são — os judeus.<br />
Mas se o povo de Israel está destinado<br />
a viver para sempre; sua sina,<br />
a judeofobia, também parece predestinada<br />
a ter longa vida. Como explicar<br />
que após sessenta anos do fim<br />
da Segunda Guerra Mundial, ainda<br />
existam pessoas que se esforçam e<br />
dedicam suas vidas a divulgar o nazismo<br />
pela Internet, tentando com<br />
isso reviver aqueles velhos tempos de<br />
tragédias e crimes?<br />
Lógica para atitudes assim talvez<br />
não seja encontrada. Mas que elas<br />
existem (estas atitudes), existem.<br />
Prova disso foi à prisão no mês passado<br />
de onze membros de uma destas<br />
quadrilhas em Curitiba.<br />
*Daniel Benjamin Barenbein é jornalista, trabalha no site de combate a distorção na imprensa, “De Olho na Mídia” (www.deolhonamidia.org.br) e como<br />
coordenador do movimento juvenil Betar de SP. Ainda exerce voluntariamente cargos de Hasbará na Organização Sionista de SP, Espaço K e Aish Brasil, e<br />
como orador nas sinagogas Beit Menachem e Kehilat Achim Tiferet. Possui um livro publicado na internet sobre neonazismo digital: www.varsovia.jor.br<br />
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Avenida Silva Jardim recebe pavimento de asfalto-borracha<br />
O trabalho de fresagem na pista direita da avenida Silva Jardim durou<br />
exatamente um dia e tráfego de veículos foi liberado no dia seguinte<br />
Além de pregar efetivamente o<br />
extermínio das “raças inferiores” -<br />
no caso em especial deste grupo,<br />
com um direcionamento específico<br />
para os homossexuais - os netos de<br />
Goebbels “I’S”, com sede na capital<br />
do Paraná, já haviam sido responsáveis<br />
por diversas agressões às minorias<br />
da região.<br />
O assunto não é novo. Há cerca<br />
de sete anos atrás, quando finalizava<br />
meu trabalho de conclusão de<br />
curso na faculdade de jornalismo,<br />
cujo tema era neonazismo digital,<br />
esta agremiação sulista já se fazia<br />
presente, com direito a venda de CDs<br />
de bandas de rock locais com letras<br />
judeofóbicas e racistas.<br />
Aliás, foram eles parte importante,<br />
tanto da minha teshuvá no âmbito<br />
religioso, quanto do meu engajamento<br />
na luta sionista e contra<br />
a judeofobia. Ao saber, conversando<br />
em um Chat nazista na rede,<br />
que grupos como este mantinham<br />
contato e faziam trocas de informação<br />
da Escandinávia, passando<br />
pelos Estados Unidos, até o sul do<br />
Brasil, fiquei chocado com a força e<br />
a persistência do anti-semitismo e<br />
isto mudou minha vida. Quis descobrir<br />
porque nos odiavam tanto, e<br />
o que havia de tão especial no judaísmo<br />
que os incomodava. Ao mes-<br />
A colocação de asfalto-borracha<br />
numa extensão de 750 metros<br />
na pista direita da avenida<br />
Silva Jardim, uma das primeiras<br />
ruas da cidade a usar o novo material,<br />
mais durável e de melhor<br />
qualidade, foi concluída na semana<br />
passada. O trabalho de fresagem<br />
da pista, com a retirada do<br />
asfalto deteriorado, foi feito dias<br />
antes pela equipe da Secretaria<br />
Municipal de Obras Públicas da<br />
Prefeitura de Curitibana, e o tráfego<br />
foi liberado no mesmo dia.<br />
Enquanto duraram as de colocação<br />
do asfalto-borracha a pista<br />
foi totalmente bloqueada para o<br />
tráfego de veículos no trecho entre<br />
as ruas Saint Hilaire e Coronel<br />
Dulcídio. A avenida Silva Jardim<br />
mo tempo, com todas as minhas forças<br />
me colocava frente ao seu avanço<br />
de todas as formas que estivessem<br />
à minha mão.<br />
A força deste monstro (a judeofobia)<br />
é inimaginável. Recentemente<br />
tivemos o caso do Jornal do Brasil,<br />
diário carioca que publicou em<br />
seu Caderno B dois textos de cunho<br />
anti-semita, de autoria do velho comunista<br />
Fausto Wolff (de ascendência<br />
alemã e que afirma que por conta<br />
disso têm autoridade para fazer paralelos<br />
entre o nazismo e Israel). Depois<br />
que a cúpula do mesmo se derramou<br />
em desculpas, e o presidente,<br />
Nelson Tanure e seu vice, Paulo Marinho<br />
taxaram a atitude de “irresponsável”,<br />
afirmando que se soubessem<br />
há tempo, não teriam permitido a<br />
veiculação dos mesmos, o JB voltou<br />
à carga. Poucos dias depois destes<br />
eventos, o mesmo publicava uma<br />
charge muito pior que aqueles textos<br />
em sua seção de quadrinhos. Tem<br />
explicação um fato desses?<br />
Completando este quadro aterrador,<br />
temos a recente declaração do<br />
presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad,<br />
de que desejaria “varrer Israel<br />
do mapa”. Em outras palavras, o<br />
líder iraniano convocou o mundo a<br />
um novo genocídio. A diferença é<br />
que o mundo reagiu desta vez com<br />
estava com o asfalto bastante irregular<br />
e apresentava sinais de<br />
trincamento em vários pontos. Por<br />
isso, a Prefeitura decidiu revitalizar<br />
as duas pistas, que são divididas<br />
por um canteiro central. Os<br />
trabalhos foram iniciados pela pista<br />
esquerda, mas só na pista direita<br />
é que foi usado o novo material.<br />
É que a pista direita faz<br />
parte do itinerário dos ônibus que<br />
vão para a rodoviária. Fora do<br />
período de alta temporada o número<br />
de ônibus em direção à rodoferroviária<br />
passa de 160 por<br />
dia, além de caminhões e outros<br />
ônibus. O número é maior durante<br />
o verão, o que compromete ainda<br />
mais o asfalto.<br />
O asfalto-borracha é uma ino-<br />
indignação e assombro (mesmo que<br />
de forma muito tímida e sem exibir<br />
desejos de realizar sanções contra o<br />
tirano ensandecido).<br />
E o que podemos fazer diante<br />
de tudo isso? E aí prefiro finalizar<br />
como comecei. Estamos no mês judaico<br />
de Kislev, um tempo de milagres,<br />
hora de magia, de Chanucá. A<br />
existência do povo judeu, por si<br />
só, já é um grande milagre. Mas, se<br />
existe algo que está nas nossas<br />
mãos realizar, é nos espelhar no<br />
exemplo dos Macabeus: valorizar o<br />
que é nosso, lutar contra a assimilação,<br />
dignificar nosso judaísmo e<br />
termos orgulho de acender as nossas<br />
pequenas luzes, educar nossos<br />
filhos na nossa trilha, ao mesmo<br />
tempo em que lutamos com nossos<br />
inimigos externos, e os combatemos<br />
da melhor forma que pudermos.<br />
Um sem o outro não adianta<br />
nada. Nossa sobrevivência física por<br />
si só não é nada. Nossa espiritualidade,<br />
sem indignação ou reação a<br />
judeofobia, nos deixando sermos<br />
difamados ou mesmo agredidos fisicamente<br />
e mortos, de que vale? A<br />
combinação dos dois, com a fé em<br />
D-us e em um futuro melhor, esta sim<br />
é a fórmula que sempre fez sucesso e<br />
continuará a fazer no seio deste<br />
povo eterno e indestrutível.<br />
vação que começa a ser adotada<br />
pela Prefeitura de Curitiba. Além<br />
da durabilidade, o uso deste material<br />
traz ganhos ao meio ambiente.<br />
É que uma das matériasprimas<br />
é a carcaça de pneus usados,<br />
que já não possam mais ser<br />
reaproveitados. Purificada e triturada<br />
em um equipamento especial,<br />
a borracha passa por uma<br />
temperatura de 195 graus para<br />
fundir-se à emulsão e ganhar elasticidade.<br />
O uso da nova tecnologia<br />
é foi adotado pela Administração<br />
Municipal com o objetivo<br />
de introduzir sistemas mais modernos<br />
para melhorar a qualidade da<br />
pavimentação da cidade e ao mesmo<br />
resolver problemas ambientais<br />
utilizando material reciclável.