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Untitled - Visão Judaica

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Sharon deixa o Likud<br />

e cria novo partido<br />

primeiroministro<br />

de<br />

Israel, Ariel<br />

Sharon, deixou<br />

seu partido, o Likud<br />

e anunciou a criação de<br />

uma nova legenda para<br />

concorrer à reeleição. O<br />

novo partido se chama<br />

“Kadima” e significa Avante. Junto com<br />

Sharon, mais de uma dezena e meia de<br />

parlamentares do Likud deixaram o partido<br />

— inclusive o deputado Tzachi<br />

Hanegbi, líder do Likud no Parlamento<br />

— e seis ministros já aderiram ao novo<br />

partido de Sharon, entre eles, Shaul<br />

Mofaz, da Defesa.<br />

Analistas dizem que o termo “Kadima”<br />

se encaixa bem na imagem popular de Sharon,<br />

um ex-general que sempre levou suas<br />

tropas adiante nos campos de batalha, ao<br />

longo de quatro décadas de carreira militar.<br />

Aos 77 anos, Sharon parece disputar<br />

seu último mandato como premiê.<br />

O Kadima foi formalmente registrado<br />

como partido um dia depois de o presidente<br />

Moshe Katsav convocar eleições<br />

antecipadas para 28 de março. Sharon<br />

deixou o Likud, alegando que não poderia<br />

fazer a paz com os palestinos enquanto<br />

estivesse “perdendo tempo” combatendo<br />

seus rivais de direita dentro do partido<br />

que ele ajudou a fundar há 32 anos,<br />

em 1973. Os adversários de Sharon dentro<br />

do Likud se opuseram à desocupação<br />

da Faixa de Gaza, concluída em setembro,<br />

por considerar que isso seria uma<br />

recompensa aos palestinos.<br />

O fato de Netanyahu ter deixado o<br />

Ministério das Finanças por se opor à<br />

desocupação de Gaza deu-lhe votos entre<br />

os membros do Likud, já que seu adversário<br />

Mofaz, como ministro da Defesa,<br />

teve importante papel na retirada dos<br />

militares da região.<br />

Mas, nas eleições gerais, Netanyahu,<br />

que como ministro realizou reformas neoliberais,<br />

pode ser um alvo mais fácil para<br />

o novo líder do Partido Trabalhista, o<br />

sindicalista Amir Peretz, que anunciou<br />

que irá centrar sua campanha na ajuda<br />

aos israelenses mais pobres.<br />

Pesquisas divulgadas dias após a saída<br />

de Sharon do Likud mostram que seu<br />

novo partido obteria entre 30 e 33 cadeiras<br />

das 120 do Parlamento, o suficiente<br />

para lhe garantir um terceiro<br />

mandato como premiê. O Partido Trabalhista,<br />

segundo a pesquisa, ficaria com<br />

25 ou 26 vagas, e o Likud teria de 12 a<br />

15. O “Kadima” promete adotar uma linha<br />

centrista, trabalhando na retomada<br />

do Mapa da Estrada, plano para estabelecer<br />

fronteiras permanentes para<br />

Shimon Peres anunciou que apoiará<br />

Sharon nas próximas eleições<br />

Israel e possibilitar a criação<br />

de um Estado palestino.<br />

O vice-premiê Shimon<br />

Peres também deixou seu<br />

partido, o Avodá (Trabalhista),<br />

mas disse que<br />

apoiará Sharon para um<br />

próximo mandato.<br />

A decisão de Ariel Sharon<br />

levou em conta a oposição que lhe<br />

movia seu então o próprio partido Likud,<br />

e apressada quando Peretz convocou<br />

os trabalhistas a abandonarem imediatamente<br />

o governo de coalizão que<br />

sustentava Sharon para protestar contra<br />

a proposta de orçamento para o próximo<br />

ano e por divergências na área socioeconômica<br />

com o Likud, mergulhado numa<br />

séria crise ideológica após a remoção dos<br />

assentamentos judaicos em Gaza.<br />

Conhecido como líder pragmático,<br />

Sharon tem fama de desfazer projetos sem<br />

titubear. Em 1977 abandonou o partido<br />

Shlomtzion para voltar ao Likud — que<br />

fundara em 1973 — e ficar sob o comando<br />

do ex-premier Menachem Beguin.<br />

A mais recente prova do caráter ousado<br />

foi o desmantelamento das colônias em<br />

Gaza, que incentivara e financiara ao longo<br />

das três últimas décadas.<br />

Uma eventual vitória de Sharon não<br />

significa que será menos linha-dura com<br />

os palestinos, embora deva buscar uma<br />

nova base de apoio entre a maioria da<br />

população que foi favorável à retirada de<br />

colonos e tropas de Gaza. As eleições<br />

estavam originalmente previstas para<br />

novembro de 2006, mas foram antecipadas<br />

devido aos acontecimentos.<br />

“Sharon é o único líder confiável com<br />

uma base nacional por enquanto, e essa é<br />

uma carta muito forte que ele tem<br />

para jogar”, disse o analista político<br />

Gerald Steinberg, da Universidade<br />

Bar-Ilan. “Por outro lado,<br />

trata-se de um território totalmente<br />

novo, e terceiros partidos [além<br />

do Likud e do Trabalhista] não foram<br />

bem no passado”.<br />

Sharon, que é general da reserva,<br />

já se mostrou disposto a<br />

fazer “concessões dolorosas” pela<br />

paz, o que indica futuras retiradas<br />

da Cisjordânia. Mas ele se recusa<br />

a negociar com a Autoridade<br />

Palestina até que esta desarme<br />

os terroristas.<br />

O jornal israelense Haaretz disse<br />

que, em um eventual terceiro<br />

mandato, Sharon — no poder desde<br />

2001 — iria abandonar assentamentos<br />

isolados da Cisjordânia,<br />

mas manteria para Israel os encraves<br />

mais importantes num possível<br />

acordo de paz com os palestinos.<br />

Tempos atrás, o então secretário<br />

de Estado Colin Powell prestou<br />

homenagem póstuma pela “dissensão<br />

construtiva” a Hiram (ou Harry)<br />

Bingham IV.<br />

Durante mais de cinqüenta<br />

anos, o Departamento de Estado<br />

(correspondente ao Ministério das<br />

Relações Exteriores) resistiu a qualquer<br />

tentativa de prestar honras a<br />

Bingham. Para o Departamento, ele<br />

era um membro insubordinado do<br />

serviço diplomático dos EUA, um<br />

rebelde perigoso que foi finalmente<br />

rebaixado.<br />

Agora, depois de sua morte, ele<br />

foi oficialmente reconhecido como<br />

um herói.<br />

Bingham veio de uma família<br />

ilustre. Seu pai (sobre quem o caráter<br />

ficcional de Indiana Jones foi<br />

inspirado) foi o arqueólogo que revelou<br />

a cidade inca de Machu Picchu,<br />

no Peru, em 1911.<br />

Harry entrou para o serviço diplomático<br />

dos EUA e, em 1939, foi<br />

enviado para Marselha, na França,<br />

como vice-cônsul americano.<br />

Os EUA eram então neutros e, não<br />

desejando incomodar o marechal Petain,<br />

do regime fantoche de Vichy,<br />

o governo do presidente Roosevelt<br />

ordenou aos seus representantes em<br />

Marselha para que não concedessem<br />

vistos a quaisquer judeus.<br />

Bingham considerou essa política<br />

imoral e, arriscando sua carreira,<br />

fez de tudo ao seu alcance para so-<br />

VISÃO JUDAICA dezembro de 2005 Kislev/Tevet 5766<br />

A história de Bingham,<br />

o Schindler americano<br />

Outra evidência do comportamento da administração Roosevelt com<br />

os judeus da Europa durante a 2ª Guerra Mundial<br />

lapar isso. Em desafio aos seus chefes<br />

em Washington, ele concedeu<br />

mais de 2.500 vistos norte-americanos<br />

a refugiados judeus e outros,<br />

inclusive artistas como Marc Chagall<br />

e Max Ernst, e à família do escritor<br />

Thomas Mann.<br />

Ele também abrigou judeus em sua<br />

casa de Marselha, e obteve papéis e<br />

documentação forjada para ajudar<br />

judeus em suas viagens perigosas<br />

pela Europa.<br />

Ele também trabalhou com a resistência<br />

francesa para contrabandear<br />

judeus da França para a Espanha<br />

de Franco ou através do Mediterrâneo,<br />

e até mesmo contribuiu<br />

para as despesas deles com recursos<br />

do próprio bolso.<br />

Em 1941, Washington perdeu a<br />

paciência com ele. Enviaram-no<br />

para a Argentina onde, mais tarde,<br />

continuou irritando seus superiores<br />

ao fazer relatórios dos movimentos<br />

dos criminosos de guerra nazistas.<br />

Finalmente, ele foi forçado<br />

a deixar completamente o serviço<br />

diplomático americano.<br />

Bingham morreu quase pobre em<br />

1988. Pouco se sabia sobre suas extraordinárias<br />

atividades até que seu<br />

filho encontrou algumas cartas nos<br />

pertences dele depois da sua morte.<br />

Muitas instituições e organizações,<br />

inclusive as Nações Unidas e o Estado<br />

de Israel tem lhe prestado homenagens<br />

agora. Um selo postal com a figura dele<br />

será emitido em 2006.<br />

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