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Vamos ver o Irão olhos nos olhos - Fonoteca Municipal de Lisboa

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o faz pop!<br />

e o som a arranhar <strong>de</strong> distorção. Mas tudo o que está<br />

e ribombante como o hip-hop. “Treats” é um dos álbuns<br />

Ípsilon. Mário Lopes<br />

cruzamento inesperado <strong>de</strong> di<strong>ver</strong>sas<br />

linguagens (electro, hip-hop,<br />

rock’n’roll, punk, “noise”, girl<br />

groups), sem qualquer atenção à genealogia<br />

(interessam-lhes as canções<br />

e a estética sonora), os Sleigh Bells são<br />

a pop perfeita para um mundo on<strong>de</strong><br />

tudo é ruído: vencem-no por o encararem<br />

sem contemplações, incorpo-<br />

rando-o como parte integral, <strong>de</strong>terminante,<br />

da sua música. Como sempre<br />

acontece, há neles uma intenção<br />

clara: “Ajustar contrastes é a fundação<br />

do que fazemos. Misturar uma base<br />

muito pesada, ruidosa, com vozes e<br />

passagens muito melodiosas”. E, como<br />

acontece <strong>nos</strong> melhores casos, o<br />

acaso entrou na equação para dar o<br />

impulso <strong>de</strong>finitivo. “O ruído e a distorção<br />

das <strong>nos</strong>sas gravações tem uma<br />

explicação muito simples. O meu material,<br />

duas ‘loop-stations’, tinha um<br />

som absolutamente merdoso e a única<br />

forma <strong>de</strong> o tornar minimamente<br />

interessante era levantar o volume do<br />

‘master’ até distorcer e <strong>de</strong>ixar que<br />

fosse o ‘high-end’, fortíssimo, a atacar<br />

os sentidos.” A conclusão a que chegou<br />

é um dos segredos da música dos<br />

Sleigh Bells. “É o som, o tratamento<br />

do som, que transporta a música para<br />

outra dimensão.” Derek Miller<br />

“<strong>de</strong>scobriu” isto no seu quarto <strong>de</strong><br />

Brooklyn, quando ainda não tinha<br />

encontrado Alison Krauss.<br />

O homem do “hardcore”<br />

e a miúda do “girl group”<br />

Derek Miller era um homem com uma<br />

i<strong>de</strong>ia e andava há a<strong>nos</strong> a tentar pô-la<br />

em prática. No início da década, andava<br />

pelos Poison The Well, banda <strong>de</strong><br />

“hardcore” da Florida como milhões<br />

<strong>de</strong> bandas “hardcore” da Florida, e,<br />

nessa altura, o futuro que lhe conhecemos<br />

agora era algo muito distante.<br />

Largou a banda em 2004 e a família<br />

julgou que o filho pródigo enlouquecera.<br />

Como estava constantemente<br />

em digressão, os pais achavam que<br />

tinham fora <strong>de</strong> casa uma estrela rock.<br />

Como tinha abandonado os estudos<br />

para se <strong>de</strong>dicar a tempo inteiro à banda,<br />

não sabiam o que o miúdo iria<br />

fazer então da vida. Derek sabia. Continuou<br />

à procura.<br />

Fartou-se do “hardcore”: “É um<br />

género autofágico liricamente, visualmente<br />

e musicalmente. São rapazes<br />

jovens muito sérios a pensar em coisas<br />

muito profundas. Blergh... é realmente<br />

algo ridículo”. E fartou-se da<br />

bateria: “Andava a ouvir toneladas <strong>de</strong><br />

hip-hop e as produções são tão mais<br />

fortes que a tarola e bombo da praxe.<br />

Acertam-te em cheio no peito, ro<strong>de</strong>adas<br />

<strong>de</strong> sons cortantes, <strong>de</strong> sons únicos”.<br />

Destaca a Bomb Squad, equipa<br />

<strong>de</strong> produção dos Public Enemy como<br />

gran<strong>de</strong> referência.”<br />

Mesmo a guitarra, tão presente na<br />

música dos Sleigh Bells, surge co-<br />

MESTRADOS<br />

www.ipleiria.pt<br />

Ípsilon • Sexta-feira 25 Junho 2010 • 13

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