A T-shirt <strong>de</strong>senhada por Pedro Lourenço, com a provocação “jazz is boring”, está à venda na Trem Azul lavra ‘jazz’, infelizmente, é associada a coisas que nós queremos contrariar. Se o jazz é apenas ‘swing’, se é perpetuar um estilo que vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os a<strong>nos</strong> 20 e tentar cristalizar l isso ffazendo d d<strong>de</strong> conta que o que veio <strong>de</strong>pois (a ausência <strong>de</strong> ‘swing’, a improvisação completa) não é jazz, então é mesmo chato”. Contrariando essas noções requentadas <strong>de</strong> jazz, o patrão da Clean Feed quer afastar-se dos “clichés”: “Não temos nenhuma <strong>ver</strong>gonha do nome “jazz”, mas o trabalho que fazemos <strong>de</strong>staca-se <strong>de</strong>ssa imagem comum do jazz a preto e branco, dos clubes cheios <strong>de</strong> fumo. Quando for dada liberda<strong>de</strong> ao jazz, porque o jazz é uma música livre, é uma música improvisada, então teremos T-shirts a dizer ‘jazz is great’ ou qualquer coisa assim. Para já, queremos contrariar esses fundamentos <strong>de</strong> que o jazz <strong>de</strong><strong>ver</strong>á ser <strong>de</strong>sta ou daquela maneira.” Documentando o jazz mais imprevisível, criativo e urgente da <strong>nos</strong>sa época, a Clean Feed diz-<strong>nos</strong> que o jazz é tudo isso e mais além. 24 • Sexta-feira 25 Junho 2010 • Ípsilon De Coimbra para todo o lado No ano <strong>de</strong> 2003, no âmbito da Coim- “O trabalho que fazemos <strong>de</strong>staca-se <strong>de</strong>ssa imagem comum do jazz a preto e branco, dos clubes cheios <strong>de</strong> fumo.” Pedro Costa bra — Capital Nacional Naciona da Cultura, surgiu um novo festival festival: Jazz Ao Cen- tro — Encontros Inter Internacionais <strong>de</strong> Jazz <strong>de</strong> Coimbra. Pro Promovido pelo Centro Norton <strong>de</strong> Mato Matos, uma asso- ciação <strong>de</strong> Coimbra pre presidida por Pe- dro Rocha Santos, essa primeira edi- ção do festival foi com composta por 15 concertos. Desse primeiro prim festival nasceu o Jazz Ao Centro Clube (JACC), conta Pedro Rocha Santos, San que pas- sou a li<strong>de</strong>rar o novo pr projecto. “Esse festival criou uma dinâ dinâmica que fez com que se juntasse um conjunto <strong>de</strong> pessoas com a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> criar um clube in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. in<strong>de</strong>p Em Abril <strong>de</strong> 2003, o JACC foi for- malmente cons constituído.” Des<strong>de</strong> então, então o clube tem sido o respo responsável pelas sucessivas eedições do fes- tival Jazz Ao Centro, este ano na oitava o edição, <strong>de</strong>senvo <strong>de</strong>senvolvendo uma activida<strong>de</strong> activida que come- çou a extravasar a cida cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coim- bra. Em E 2005 o JACC JA aposta na criação cr <strong>de</strong> uma nova nov revista <strong>de</strong> ja- j a - zz, a Jazz.pt, numa parceria com a Clean Feed: “A certa altura, a revist revista ‘AllJazz’ co- meçou a ter problema problemas e nós tentá- mos evitar que ela term terminasse. O pro- prietário acabou mesmo mesm com o pro- jecto, mas nós já estávamos es tão envolvidos com a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma revis- ta <strong>de</strong> jazz feita em Port Portugal que aca- bámos por lançar uma nova revista, a Jazz.pt, agora no 30º nnúmero”. Uma ligação que acabou por se revelar fun- damental para um maio maior envolvimen- to do JACC na cena jazz portuguesa”, diz Rocha Santos. Mas Pedro Rocha San Santos não é ho- mem para estar parado muito tempo. Pouco <strong>de</strong>pois, surge um novo projec- to, o Portugal Jazz, um festival itine- rante. “Apresentámos eeste projecto a 270 e tal municípios, o qque correspon- <strong>de</strong> a cerca <strong>de</strong> 90 por cento ce dos muni- cípios do continente. Foi Fo um projecto muito trabalhoso, mas que q implantou <strong>de</strong>finitivamente a marc marca JACC a nível nacional.” nacional.” Com concertos concer <strong>de</strong> projec- tos nacionais e uma ac acção didáctica <strong>de</strong>stinada aos mais novos, novo cada edição do Portugal Jazz termin termina com a distri- buição gratuita da rev revista Jazz.pt a todos os espectadores, “com o objec- tivo <strong>de</strong> que as pessoas levem l para ca- sa algo que as motive a acompanhar o fenómeno jazz em Po Portugal”. Desdobrando-se em iniciativas, o clube l b <strong>de</strong> d Coimbra b ddá ainda início ao festival da revista Jazz.pt. “Nasceu num momento em que a revista estava a fazer três a<strong>nos</strong>, tendo já ultrapassado os recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> longevida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outras publicações nacionais sobre jazz. Começámos a pensar que tínhamos <strong>de</strong> fazer uma festa. Como a revista tem a vocação <strong>de</strong> promo<strong>ver</strong> o jazz em Portugal, <strong>de</strong>stacando os músicos portugueses, achámos que po<strong>de</strong>ria ser um bom momento para dar maior visibilida<strong>de</strong> ao lançamento <strong>de</strong> discos <strong>de</strong> músicos portugueses. No primeiro ano tivemos três lançamentos <strong>de</strong> discos e no ano passado tivemos nove. Fizemos uma gran<strong>de</strong> festa no Hot Clube, no espaço do jardim que raramente tinha sido utilizado, e toda a gente ficou surpreendida com o trabalho apresentado”, recorda Rocha Santos. O mais recente projecto do JACC é uma nova editora, <strong>de</strong>dicada à edição <strong>de</strong> projectos nacionais. Através do contacto com os músicos, Pedro Rocha Santos percebeu que “havia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais uma editora, que, neste caso, tem como missão apoiar os músicos portugueses na edição dos seus trabalhos”. Surge num momento em que coexistem duas editoras, a Clean Feed e a Tone of a Pitch, mas “não visa concorrer com qualquer uma <strong>de</strong>las”. Acabam <strong>de</strong> editar o disco “Lunar” do grupo El Fad, li<strong>de</strong>rado por José Peixoto. Para os próximos tempos estão planeados discos <strong>de</strong> Afonso Pais e Paula Sousa. Se a todos estes projectos juntarmos a iniciativa <strong>de</strong> editoras como a Tone of a Pitch <strong>de</strong> André Fernan<strong>de</strong>s e a Creative Sources <strong>de</strong> Ernesto Rodrigues, a programação <strong>de</strong> festivais como o Jazz em Agosto (espaço para o jazz <strong>de</strong> vanguarda, programado por Rui Neves), o Estoril Jazz (palco privilegiado para o jazz “mainstream”), o Guimarães Jazz (o maior festival fora da capital, da responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ivo Martins), a Festa do Jazz (<strong>de</strong> Luís Hilário e Carlos Martins) e os ciclos e activida<strong>de</strong>s promovidas pela Associação Granular (li<strong>de</strong>rada por Rui Eduardo Paes e Carlos Zíngaro), ficamos com uma i<strong>de</strong>ia da crescente di<strong>ver</strong>sida<strong>de</strong> e riqueza do uni<strong>ver</strong>so jazz em Portugal. Algo surpreen<strong>de</strong>nte para um género musical que era, até há bem pouco tempo, consi<strong>de</strong>rado marginal, vivendo <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s e tendências importadas <strong>de</strong> outros países. Actualmente, Portugal tornou-se <strong>de</strong>finitivamente um país a consi<strong>de</strong>rar, seja no planeamento <strong>de</strong> uma digressão europeia, na escolha <strong>de</strong> uma editora ou na procura <strong>de</strong> uma cena jazz vibrante e criativa. Um estatuto que não dá <strong>de</strong>scanso — que o digam Pedro Costa e Pedro O Jazz Ao Centro Clube não pára: festivais, uma revista, uma editora... PAULO PIMENTA
silva!<strong>de</strong>signers SÃO LUIZ JUN~1O 27 JUN DOMINGO ÀS 12H30 SALA PRINCIPAL ENTRADA LIVRE CO-PRODUÇÃO SLTM ~ ESCOLA DE MÚSICA DO CONSERVATÓRIO NACIONAL M/3 orquestra gera ção SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL RUA ANTÓNIO MARIA CARDOSO, 38; 1200-027 LISBOA GERAL@TEATROSAOLUIZ.PT / T: 213 257 640 ciclo novos X9 “(...) Vejo isto como o começo <strong>de</strong> um futuro para mim. Eu a tocar em orquestras, ou sozinha. Só me vejo num palco cheio <strong>de</strong> gente à minha frente e eu ali a tocar.” Neusa Tavares, contrabaixista, in Diário <strong>de</strong> Notícias WWW.TEATROSAOLUIZ.PT ENTRADA SUJEITA À LOTAÇÃO DA SALA. BILHETES DISPONÍVEIS A PARTIR DAS 13H00 DO DIA ANTERIOR.