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LIVRO ELIEZER - ta valendo (6 de julho) - Insight

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DE VOLTA ÀS<br />

ÁGUAS DO RIO DOCE<br />

Aobra<br />

inacabada é a angústia suprema do engenheiro. Ao sair da presidência da<br />

Vale do Rio Doce, em 1964, tive como incômoda companheira a certeza <strong>de</strong> que <strong>de</strong>ixava para trás não<br />

a catedral, que sempre i<strong>de</strong>alizei e pu<strong>de</strong>, graças à colaboração e união <strong>de</strong> <strong>ta</strong>ntos, conceber como obra<br />

viável, mas ainda uma construção dolorosamente interrompida. A CVRD tinha fortes pilares e sólidas<br />

pare<strong>de</strong>s; fal<strong>ta</strong>va-lhe ainda a abóbada.<br />

À medida que aumen<strong>ta</strong>va sua inserção no mercado internacional, mais a Vale se aproximava <strong>de</strong><br />

uma encruzilhada operacional. Antecipávamos que a mina <strong>de</strong> I<strong>ta</strong>bira sozinha não seria suficiente para<br />

dar susten<strong>ta</strong>bilida<strong>de</strong> à expansão da companhia. Até porque havia uma pressão para o abastecimento das<br />

si<strong>de</strong>rúrgicas nacionais, que es<strong>ta</strong>vam em pleno processo <strong>de</strong> crescimento. De 1970 a 1979, a produção <strong>de</strong><br />

aço no Brasil saltou <strong>de</strong> cinco milhões <strong>de</strong> toneladas para mais <strong>de</strong> 13,5 milhões <strong>de</strong> toneladas ao ano.<br />

Após a construção do Porto <strong>de</strong> Tubarão e a conquis<strong>ta</strong> dos mercados europeu e japonês, a Vale<br />

havia se tornado uma companhia mundial. Sabíamos, porém, que a empresa precisava firmar sua<br />

posição internacional e se consolidar como uma das lí<strong>de</strong>res na formação <strong>de</strong> preços no exterior, condição<br />

que distingue as gran<strong>de</strong>s mineradoras transnacionais das companhias meramente regionais. O<br />

diagnóstico <strong>de</strong>ssa situação nos mostrava claramente que a respos<strong>ta</strong> para a equação es<strong>ta</strong>va no Norte do<br />

Brasil. A Vale precisava execu<strong>ta</strong>r o Projeto Carajás. E eu sabia, <strong>de</strong> cor e salteado, o mo<strong>de</strong>lo para sua<br />

implan<strong>ta</strong>ção.<br />

No fim da década <strong>de</strong> 70, era flagrante a dificulda<strong>de</strong> da diretoria da empresa em tirar o Projeto<br />

Carajás do papel. Além das in<strong>de</strong>finições do governo e da crônica fal<strong>ta</strong> <strong>de</strong> recursos, havia discordâncias<br />

estratégicas e operacionais com a United S<strong>ta</strong>tes Steel, <strong>de</strong>tentora <strong>de</strong> 50% do projeto. Submerso neste<br />

cal<strong>de</strong>irão, o então presi<strong>de</strong>nte da CVRD, Fernando Roquete Reis, ado<strong>ta</strong>va uma velha política mineira<br />

no melhor estilo orien<strong>ta</strong>l. Sem opções, no melhor estilo Kagemusha, a diretoria da empresa <strong>de</strong>ixava<br />

tudo como es<strong>ta</strong>va para ver como é que ficava. À espera <strong>de</strong> uma solução que caísse dos céus, mandara<br />

abrir um breve trecho da ferrovia – não mais do que <strong>de</strong>z quilômetros – com a intenção <strong>de</strong> mostrar a<br />

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