LIVRO ELIEZER - ta valendo (6 de julho) - Insight
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A REVOLUÇÃO<br />
MARÍTIMA<br />
Não<br />
há qualquer dose <strong>de</strong> exuberância tropical na minha afirmação. Tubarão não só<br />
permitiu o salto quali<strong>ta</strong>tivo e quanti<strong>ta</strong>tivo da Vale do Rio Doce como foi a maior revolução no transporte<br />
marítimo <strong>de</strong> granéis no mundo. Des<strong>de</strong> sua inauguração, em 1966, nenhum outro país fez um negócio<br />
<strong>de</strong>ssa magnitu<strong>de</strong> na logística e no comércio marítimos. Como conseqüência imedia<strong>ta</strong> da construção do<br />
porto, os navios passaram <strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil toneladas DTW para, no mínimo, 120 mil toneladas DTW. Os<br />
armadores – aqueles incrédulos homens que nos mandaram construir barquinhos <strong>de</strong> brinquedo – aumen<strong>ta</strong>ram,<br />
gradativamente, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga dos navios. Hoje, o porto <strong>de</strong> Pon<strong>ta</strong> da Ma<strong>de</strong>ira recebe<br />
embarcações <strong>de</strong> 380 mil toneladas, o Bergs<strong>ta</strong>hl por exemplo, que faz o percurso entre o Maranhão e<br />
Roterdã, na Holanda. Na China, já proje<strong>ta</strong>m um navio <strong>de</strong> 500 mil toneladas. Os es<strong>ta</strong>leiros só pararam<br />
nesse ponto porque cada terminal <strong>de</strong>ve ter um correspon<strong>de</strong>nte em outro país.<br />
Tubarão criou um novo paradigma para toda a ca<strong>de</strong>ia produtiva do aço. As si<strong>de</strong>rúrgicas <strong>de</strong>slocaramse<br />
para a cos<strong>ta</strong>, aumen<strong>ta</strong>ndo em mais <strong>de</strong> cem vezes a produtivida<strong>de</strong> do transporte <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro.<br />
Revolucionou <strong>ta</strong>mbém a própria estrutura portuária mundial. Os novos portos passaram a ser utilizados<br />
simul<strong>ta</strong>neamente para o escoamento <strong>de</strong> grãos e minérios. Foi Tubarão <strong>ta</strong>mbém que disseminou a utilização<br />
<strong>de</strong> cargas combinadas, um dos maiores fatores <strong>de</strong> amortização dos custos <strong>de</strong> logística marítima.<br />
Com a revolução portuária, foram fechados os primeiros gran<strong>de</strong>s contratos com os japoneses. Logo<br />
nos testes iniciais, feitos com os navios tipo Liberty, percebeu-se que o transporte do minério do Brasil<br />
para o Japão seria um suicídio econômico caso os navios retornassem vazios. À época, importávamos um<br />
oceano <strong>de</strong> petróleo do Golfo Pérsico. Es<strong>ta</strong>va ali a respos<strong>ta</strong> para nosso impasse logístico. Os japoneses<br />
criaram o ore-oil, navio que combinava o transporte <strong>de</strong> minério e petróleo em e<strong>ta</strong>pas diferentes da viagem.<br />
Durante anos, a Vale e a Petrobras trabalharam em perfei<strong>ta</strong> sintonia. Tubarão permitiu ainda a harmonização<br />
logística entre os granéis líquidos e sólidos e, por meio do terminal <strong>de</strong> Praia Mole, a manipulação <strong>de</strong><br />
breakbulk – carga intermediária entre o granel e os materiais conteinerizáveis. Ou seja, possibilitou à Vale<br />
dar saída logística a uma série <strong>de</strong> outros produtos, como ferro-gusa e os metálicos, mercadorias breakbulk.<br />
62 CONVERSAS COM <strong>ELIEZER</strong><br />
Com o presi<strong>de</strong>nte Jânio Quadros<br />
em visi<strong>ta</strong> às obras em Tubarão