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LIVRO ELIEZER - ta valendo (6 de julho) - Insight

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Ditzel discursa em evento que marcou a primeira<br />

viagem do navio Bergs<strong>ta</strong>hl à Pon<strong>ta</strong> da Ma<strong>de</strong>ira<br />

companhia. Em 1968, quando volto à CVRD para criar a Rio Doce Europa, ele já es<strong>ta</strong>va <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano<br />

anterior a peregrinar pelo Velho Continente, com o objetivo <strong>de</strong> ganhar mercado para a empresa. Foi<br />

ali, em plagas européias, que meu fiel parceiro escreveu <strong>de</strong> vez seu nome na história do Brasil.<br />

Discreto, incansável e <strong>de</strong>terminado ao extremo, poucos homens tiveram <strong>ta</strong>manha importância para o<br />

crescimento internacional da Vale do Rio Doce e do comércio transoceânico do país. Se, hoje, a Vale<br />

osten<strong>ta</strong>, com justíssimo e merecido orgulho, o título <strong>de</strong> companhia global, essa posição se <strong>de</strong>ve muito<br />

ao trabalho <strong>de</strong> Clóvis Ditzel.<br />

Hábil e persistente negociador, Ditzel ajudou a costurar a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> contratos para a venda <strong>de</strong><br />

minério no exterior. Sempre se no<strong>ta</strong>bilizou pela rara combinação da ferocida<strong>de</strong> com a <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za. Sabia<br />

agir com prudência até o momento em que era preciso tirar a espada da cintura. Nessa hora, ele era<br />

imbatível. Lembro-me <strong>de</strong> sua tenacida<strong>de</strong> para conquis<strong>ta</strong>r preços mais justos nos acordos com as si<strong>de</strong>rúrgicas<br />

internacionais. Este era um calcanhar-<strong>de</strong>-aquiles da CVRD. Com uma tímida presença no exterior,<br />

a companhia tinha enorme dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> di<strong>ta</strong>r valores para o minério <strong>de</strong> ferro condizentes com<br />

a realida<strong>de</strong> do mercado e com seus custos <strong>de</strong> produção.<br />

Formávamos uma dupla entrosada. Eu ficava mais à frente da articulação e da i<strong>de</strong>alização dos<br />

conceitos e estratégias. Ditzel entrava na hora <strong>de</strong> costurar o marimbondo. Ia para a linha <strong>de</strong> frente.<br />

Facili<strong>ta</strong>va e muito o fato <strong>de</strong> ele <strong>ta</strong>mbém ser um poliglo<strong>ta</strong>. Fala francês, alemão e inglês perfei<strong>ta</strong>mente.<br />

Hoje, a juventu<strong>de</strong> é muito mais versátil, mas, à época, o acesso à aprendizagem <strong>de</strong> idiomas era muito<br />

mais difícil. Ele correu o mundo em nome da CVRD. Ditzel teve vários problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> por con<strong>ta</strong><br />

das inúmeras viagens. Assim como eu, ele pagou o preço <strong>de</strong>ssa milhagem cívica. Sempre que alguém se<br />

<strong>de</strong>parar com a frase “O Brasil <strong>de</strong>ve muito a Clóvis Ditzel” minha assinatura es<strong>ta</strong>rá logo abaixo.<br />

INTOCÁVEIS<br />

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