LIVRO ELIEZER - ta valendo (6 de julho) - Insight
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Com Marcílio Marques Moreira, ministro<br />
da Fazenda na re<strong>ta</strong> final do Governo Collor<br />
SAE, mon<strong>ta</strong>mos uma equipe formada por antigos colaboradores, como Dioclécio Rodrigues, e novos<br />
parceiros, como Renato Pavan, ambos engenheiros da melhor cepa. Juntos, inven<strong>ta</strong>mos ou reinven<strong>ta</strong>mos<br />
praticamente todos os gran<strong>de</strong>s projetos <strong>de</strong> infra-estrutura que surgiram no país nos últimos 20<br />
anos. Neste período, foi dado seguimento aos estudos para implan<strong>ta</strong>ção do Sistema <strong>de</strong> Vigilância da<br />
Amazônia (SIVAM) e, sobretudo, <strong>de</strong> todo o zoneamento ecológico e econômico da Região Amazônica.<br />
Este projeto tem importância vi<strong>ta</strong>l na questão do <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />
Na área <strong>de</strong> energia, <strong>de</strong>mos os primeiros passos para corrigir o atraso histórico do país que era a<br />
fal<strong>ta</strong> <strong>de</strong> um parque gerador a gás. Naquele momento, percebemos que havia uma bomba-relógio já<br />
ativada no setor elétrico, a excessiva <strong>de</strong>pendência da matriz hidrelétrica, que, anos mais <strong>ta</strong>r<strong>de</strong>, viria a<br />
explodir sob a forma <strong>de</strong> racionamento. Naquela época, era quase heresia falar <strong>de</strong> fal<strong>ta</strong> <strong>de</strong> energia. Maior<br />
pecado ainda era ten<strong>ta</strong>r disseminar uma cultura do gás no Brasil, algo que inexistia naquele momento,<br />
<strong>ta</strong>nto na área es<strong>ta</strong><strong>ta</strong>l quanto <strong>ta</strong>mbém entre os agentes privados. Havia <strong>ta</strong>mbém uma forte e insensa<strong>ta</strong><br />
oposição à nossa aproximação com os países vizinhos. Entre outras aberrações, diziam que não havia<br />
gás na Bolívia. Nosso primeiro procedimento foi reunir um grupo <strong>de</strong> geólogos que trabalhavam nos<br />
campos bolivianos. Eles nos confirmaram que existia muito gás no país. Os estudos geológicos ajudaram<br />
a dobrar as resistências. Mas a Petrobras, por exemplo, só resolveu investir na exploração e no<br />
transporte <strong>de</strong> gás na Bolívia <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>terminação expressa do presi<strong>de</strong>nte Collor. Ainda assim, os<br />
primeiros acordos com a Bolívia só seriam assinados já no governo <strong>de</strong> I<strong>ta</strong>mar Franco.<br />
Conduzimos dire<strong>ta</strong>mente as negociações com os governos da Bolívia e da Argentina para criar<br />
uma gran<strong>de</strong> fronteira do gás na América do Sul. Fomos procurar o presi<strong>de</strong>nte da Bolívia, Jaime Paz<br />
Zamora. Fizemos uma visi<strong>ta</strong> a ele em seu sítio, o “El Picacho”, localizado em Tarija, no Sul da<br />
Bolívia. Lá, discutimos por horas o contorno <strong>de</strong> um acordo entre Brasil e Bolívia. Era um assunto dos<br />
mais <strong>de</strong>licados e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> interesse para o nosso país. Imaginem o <strong>de</strong>sperdício que seria o Brasil<br />
per<strong>de</strong>r essa oportunida<strong>de</strong>.<br />
A REINVENÇÃO DO BRASIL<br />
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