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LIVRO ELIEZER - ta valendo (6 de julho) - Insight

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AS DUAS FACES DA<br />

(IN)SUSTENTABILIDADE<br />

Uma<br />

história curiosa enfeixa es<strong>ta</strong> relação entre Carajás e o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />

Paradoxalmente, o projeto foi vítima <strong>de</strong> uma enorme agressão <strong>de</strong> ambien<strong>ta</strong>lis<strong>ta</strong>s do mundo inteiro.<br />

Passou a ser a<strong>ta</strong>cado com uma ira fundamen<strong>ta</strong>lis<strong>ta</strong>. Tudo por con<strong>ta</strong> <strong>de</strong> uma situação sui generis. Os<br />

ecologis<strong>ta</strong>s internacionais confundiram o Carajás da Vale do Rio Doce com o Projeto Gran<strong>de</strong> Carajás,<br />

elaborado posteriormente no governo <strong>de</strong> José Sarney. Homônimos, nada mais do que homônimos, não<br />

havia qualquer parentesco entre os dois empreendimentos. O Gran<strong>de</strong> Carajás, mais conhecido como<br />

“Carajazão”, tinha como um <strong>de</strong> seus pilares o estímulo à ativida<strong>de</strong> agropecuária na Amazônia, mas,<br />

sabe-se lá por que razão, o projeto acabou se <strong>de</strong>svirtuando da orien<strong>ta</strong>ção e do propósito inicial do<br />

presi<strong>de</strong>nte Sarney.<br />

O discurso da conquis<strong>ta</strong> do progresso em marcha forçada naquela região, <strong>de</strong>sferido pelos bolsões<br />

radicais, porém ignorantes, a golpes <strong>de</strong> <strong>ta</strong>cape em parte da Amazônia, serviu <strong>de</strong> justificativa para as<br />

maiores atrocida<strong>de</strong>s ambien<strong>ta</strong>is. As ativida<strong>de</strong>s agropecuárias provocaram <strong>de</strong>vas<strong>ta</strong>ção flores<strong>ta</strong>l e outras<br />

formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição. Companhias <strong>de</strong> ferro-gusa <strong>de</strong>ixaram Minas Gerais e se ins<strong>ta</strong>laram em Carajás.<br />

No início, ainda na década <strong>de</strong> 1980, os guseiros usavam carvão <strong>de</strong> flores<strong>ta</strong>s nativas. Posteriormente,<br />

o insumo foi substituído por carvão <strong>de</strong> flores<strong>ta</strong>s plan<strong>ta</strong>das. Devido à igualda<strong>de</strong> dos nomes, o nosso<br />

Carajás foi a<strong>ta</strong>cado pela comunida<strong>de</strong> internacional. Fomos mais <strong>de</strong> 20 vezes ao Parlamento Europeu<br />

para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o projeto da CVRD. Mostramos que tínhamos mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> hec<strong>ta</strong>res <strong>de</strong><br />

reservas flores<strong>ta</strong>is sob nossa guarda que seriam integralmente preservados.<br />

Esse clone bizarro do Projeto Carajás nos atrapalhou muito na Rio-92. O empreendimento mo<strong>de</strong>lar<br />

da Vale do Rio Doce não foi apresen<strong>ta</strong>do como <strong>de</strong>veria e acabou eclipsado pelo Gran<strong>de</strong> Carajás. E<br />

eu virei o anti-cristo dos ecocêntricos. Nada contra contradizer-me, se estivesse originalmente errado.<br />

Seria, inclusive, uma prova <strong>de</strong> honestida<strong>de</strong> intelectual. Só as pedras não mudam <strong>de</strong> opinião. Como<br />

dizia Clau<strong>de</strong>l, “reservo-me com firmeza o direito <strong>de</strong> contradizer-me”. Só que não mu<strong>de</strong>i <strong>de</strong> idéia, pelo<br />

contrário, afinei meu pensamento. O Carajás da malhação do Judas é que era outro.<br />

PERENIDADE<br />

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